31.1.16

conversas ao frio

Ontem foi dia de conversas na rua. Encontrei várias caras conhecidas. Trocaram-se abraços, beijos, e palavras de encorajamento. Ouviram-se as histórias do costume, todas carregadas com a sua dose de drama. 

Em frente à estação de St. Apolónia, sensivelmente na altura em que decidi tirar a foto abaixo, senti um misto de alegria e tristeza. Por um lado é bom encontrar estes "velhos" amigos. É bom reconhecer os sorrisos de gente boa conhecida no meio de outros que ainda não conheço. Contudo, percebi também que ao encontrar estas pessoas, a cada 15 dias, significa que nada na vida delas mudou; que não se operou ainda a desejada mudança de uns saírem da rua e passarem a viver num lar e de outros, os que têm um quarto, uma casa ou um abrigo, não necessitarem de recorrer ao apoio das associações. 

Senti-me impotente, frustrada. E, pela primeira vez, reconheci que, embora seja importante a acção dos voluntários das diversas associações que operam na rua, isso é somente uma pequenina gota num vasto oceano.

Mas daqui a 15 dias lá estaremos novamente a darmos mais um pouco de nós e a recebermos um pouco dos outros. Ao frio nas ruas da zona de St. Apolónia, que é um dos locais mais quentes, em termos humanos, que conheço.


23.1.16

página virada

Ao contrário de outros anos não fiz uma publicação sobre os melhores momentos de 2015. Já mencionei anteriormente que foi um ano mau com alguns bons momentos. 2016 apresenta-se como uma continuidade de 2015. As primeiras semanas não têm sido boas. Muitas contrariedades, algumas situações negativas e uma constante preocupação que me vai incomodando o dia a dia. 

Vou-me forçando a relaxar. Até digo a mim mesma: "Lighten up!"numa tentativa de me convencer que as preocupações a nada levam. Não levam de facto mas tem-me sido difícil ignorá-las.

Encaremos este período como apenas uma breve passagem para algo melhor. Nem tudo é mau. Estou empregada. Continuo no meu apartamento. Tenho um carro "novo". Os amigos e familiares mais próximos estão de boa saúde. Eu também. 

Logo se vê.