31.5.10

Metal no Rock in Rio

Ontem tivémos uma verdadeira festa do Metal no parque da Bela Vista. Os Soulfly deram um concerto verdadeiramente brutal. Tocaram umas quantas de Sepultura, o que animou ainda mais a festa. Não sou fã nem de Motörhead nem de Megadeth e por essa razão não prestei grande atenção nem a uns nem a outros. Entre Soulfly e Motörhead fui ver os RAMP ao palco sunset. Estiveram muito bem. Pena a curta duração da actuação, mas a animação e o profissionalismo foi a 100%. O público entusiasta também ajudou em muito à festa.


RAMP

Os Rammstein entraram em palco pouco depois da meia-noite. E o espectáculo foi tudo o que se poderia esperar: potência ao máximo, efeitos de pirotecnia a rodos, profissionalismo e, espantem-se (!), uma grande dose de simpatia. De referir na despedida o enorme respeito da banda pelo público ao colocarem-se em linha no palco com um dos joelhos no chão em agradecimento. E bem podem agradecer porque o público fez também um grande espectáculo. Além disso o público compra CDs e DVDs, T-shirts e outros goodies. Nota negativa para o facto de não termos tido direito aos écrãns gigantes. E o pessoal que em casa esperava ver o concerto transmitido pela SIC Radical ficou a chuchar no dedo.



Rammstein
(em tamanho miniatura)


Eu e a Precious estivémos lá e aqui fica a foto para o provar! A botinha da Precious e a minha sapatilha que depois de ir ao Optimus Alive estará pronta para se reformar juntamente com o seu par.



(Precious, desculpa roubar-te a ideia da foto dos pés de forma tão descarada, mas não consegui resistir!)

30.5.10

Considerações sobre...

Nas minhas incursões mais recentes pelo youtube dei com algumas páginas nitidamente pertencentes a indivíduos de extrema direita (que não são propriamente do tipo brilhante, se é que os há...) a enalteceram os Rammstein como uma banda representativa dos ideais da extrema direita. Pronto, eles são alemães e as mentes menos iluminadas associam-nos imediatamente ao neo-nazismo. Mas são alemães de Leste e tal como Till Lindemann canta em Links 234:

Sie wollen mein Herz am rechten Fleck
doch seh ich dann nach unten weg
da schlägt es links


Não é necessário sabermos bem alemão para perceber, por exemplo, que a personagem da canção Mann gegen Mann é homossexual ou relata uma relação homossexual. Embora, na minha opinião seja bom saber-se razoavelmente alemão para se perceberem as metáforas, nuances e duplos sentidos de muitas das canções da banda alemã. Por isso, espanta-me que o pessoal de extrema direita adopte Mann gegen Mann como uma canção que representa os ideais que defendem. É só um mero exemplo...

Hitler acharia no mínimo estranho que os seus seguidores se pusessem a cantar:

(...)

Wo das süße Wasser stirbt
weil es sich im Salz verdirbt
trag ich den kleinen Prinz im Sinn
Ein König ohne Königin
Wenn sich an mir ein Weib verirrt
dann ist die helle Welt verwirrt

Mann gegen Mann
Meine Haut gehört den Herren
Mann gegen Mann
Gleich und Gleich gesellt sich gern
Mann gegen Mann
Ich bin der Diener zweier Herren
Mann gegen Mann
Gleich und Gleich gesellt sich gern

(...)

Mein Geschlecht schimpft mich Verräter
Ich bin der Alptraum aller Väter

(...)

Isto para não ter de indicar o exemplo mais evidente:

Schwulah
Mann gaygen Mann


"Schwulah" é uma corrupção da palavra "Schwuler" que significa homossexuais em alemão. "Gegen" que significa "contra/de encontro a" tem o mesmo som de "gaygen" (palavra obviamente inventada). Estão a ver, meninos, homem contra homem, no sentido de... sim... isso mesmo. Lindos. :-)

Nada no tom da canção indica que se trate de ódio aos homossexuais, caso se venha a defender essa tese. Até porque os versos iniciais indicam que o destino deu um presente à pessoa, lançando-a a uma estrela quente. Sendo que "warm" significa quente mas é também calão para homossexual.

Das Schicksal hat mich angelacht
und mir ein Geschenk gemacht
Warf mich auf einen warmen Stern
Der Haut so nah dem Auge fern
Ich nehm mein Schicksal in die Hand
Mein Verlangen ist bemannt


Para um melhor entendimento destas e outras coisas relativas ao(s) sentido(s) das canções dos Rammstein fica o convite para visitarem o Herzeleid.com.

Deixo-vos com um clip excelente encontrado no youtube feito para Spring que juntamente com Rosenrot são as minhas preferidas do álbum Rosenrot.


Rammstein - Spring


E mais logo verei com toda a certeza mais um excelente concerto destes rapazes. Para mim o quinto!

26.5.10

Contrastes

O dia de hoje foi de contrastes. A aula da turma de 7.º foi repleta de situações caricatas e o stress do costume para manter aquela gente pequena sossegada e controlada dentro dos parâmetros "normais". Na semana passada houve um episódio curioso despoletado pelo uso de telemóvel dentro da sala de aula por parte de um aluno. A situação foi resolvida. Hoje houve novos episódios com alunos diferentes. O resultado foram 3 telemóveis recolhidos. Daqui a um mês têm-nos de volta a menos que os papás muito condoídos pelo sofrimento que a falta de telemóvel irá causar às crias vão a correr comprar um novo.

Contudo, da parte da tarde, a turma de Humanidades de 11.º ano, que tem tido momentos menos bons ao longo do ano lectivo, proporcionou-me uma das melhores aulas deste ano lectivo. Os meninos desta vez tinham os trabalhos de grupo preparados a tempo e horas e fizeram umas apresentações orais de se lhe tirar o chapéu. Dei efusivamente os parabéns à turma pelo esforço e empenho. Estou de facto muito satisfeita, tão satisfeita que nem me vai custar escrever as participações para o DT da turma do 7.º!

23.5.10

Eu vou!

Um bom vídeo para a minha preferida do último álbum. Espero que a toquem no dia 30.



Rammstein - Ich tu dir weh

22.5.10

A Morte de Ivan Ilitch

Na contra-capa pode ler-se: "A Sonata de Kreutzer, escrita em 1889 é, com A Morte de Ivan Ilitch, uma das mais importantes novelas de Tolstói." É verdade, estreei-me a ler esse grande autor russo, Leo Tolstói. A Morte de Ivan Ilitch é uma reflexão sobre as coisas da vida e da morte. Ivan Ilitch já morreu quando iniciamos a leitura do livro, mas a partir do capítulo seguinte vamos acompanhar toda a sua vida até ao derradeiro final.

Vladimir Nabokov exasperava-se, e com razão, de cada vez que lia num trabalho dos seus alunos, a respeito do estilo de Tolstói, coisas como "o seu estilo é simples", "o seu estilo é bonito e simples". Na verdade, o estilo de Tolstói é tudo menos simples. Cada frase acrescenta algo novo à anterior como se se quisesse, com esse exercício de escrita, aprofundar as ideias a cada nova reflexão, a cada nova linha.

Acompanhamos Ivan Ilitich ao longo da sua vida e compadecemo-nos, seria impossível tal não acontecer, com os meses que antecedem a sua morte. São momentos terríveis, esses da espera do momento final. Mais premente do que a questão "porquê?" será indubitavelmente "O que se segue?". O livro iniciado num tom que diria quase leve e jocoso torna-se pesado e denso nas páginas finais. Leitura vivamente recomendada.

Espero pegar ainda este fim-de-semana em A Sonata de Kreutzer para desanuviar de tantos testes e provas de recuperação.

18.5.10

Parabéns!

Tendo esta escola uma população estudantil normal, comparativamente aos anormais do ano passado, ainda assim uma das pequenas do 7.º conseguiu a proeza de somar 40 faltas injustificadas na disciplina de inglês! Está de parabéns!!!

16.5.10

Vai ser bonito, vai...

Nos próximos dias vou dedicar-me à elaboração de Provas de Recuperação para os meninos faltosos. A ideia de que a Prova de Recuperação serve para recuperar o aluno que faltou e que por essa razão não pôde acompanhar a matéria é falsa na maioria dos casos. Dos meus meninos que vão fazer Prova de Recuperação não há um único que a faça por ter faltado às aulas por motivo de doença. Isto significa que todos nós continuamos a ajudar na educação e formação de seres irresponsáveis. Eles vão gozando com toda a gente: pais, professores, colegas. E daqui a uns anos todos vamos pagar a factura ao ter estes irresponsáveis a trabalhar nas finanças, em escolas, em hospitais, em tribunais...
Mas, pronto, eu cumpro a minha função: faço umas provas, corrijo-as e se um ou outro não são aprovados que tal venha efectivamente a funcionar como uma medida correctiva.

15.5.10

A geração "Whaty?"

Não poderão nunca imaginar o espanto de três alunos meus do 11.º ano quando ficaram a saber que em Londres há um rio...

13.5.10

The Pope Holiday

Encontro-me a gozar o feriado papal. Dediquei-me à correcção de testes de avaliação toda a manhã. Após o almoço fui acometida de uma grande prequiça. Tenho mais testes para corrigir. Compras para fazer. Mas o que apetecia mesmo era pegar nos DVDs da dupla do riso Dawn French e Jennifer Saunders, esticar-me no sofá e aí passar a tarde. Decisions, decisions...


8.5.10

The Wirral Peninsula

Em Dezembro do ano passado tive a oportunidade de passar uns dias em West Kirby que fica na Wirral Peninsula. Esta fica localizada na zona noroeste de Inglaterra na costa do Mar Irlandês e ladeada pelos rios Mersey e Dee. Para o lado do rio Mersey vê-se Liverpool e para o lado do rio Dee vê-se o País de Gales.

Os nomes terminados em -by são de origem viking. Pelo que para além de West Kirby existem Greasby e Frankby, por exemplo.

West Kirby fica a uma distância de cerca de uma hora de carro de Manchester. Como poderão calcular nesse mês as temperaturas são um pouco mais baixas e o dia de hoje trouxe-me algumas recordações. Por isso, aqui ficam algumas fotos de alguns sítios que visitei na Wirral Peninsula.


O Mar Irlandês, West Kirby.


A Mariners Column em West Kirby. Daqui podemos ver o rio Dee, a Hilbre Island e o norte do País de Gales.

Antigo pub, em estilo Tudor, agora transformado em restaurante em Parkgate.

Casas na margem do rio Dee em Thurstaston.

Rio Dee, Thurstaston.


Entrada da Igreja de São Bartolomeu em manhã nebulosa, Thurstaston. Estes telheiros tinham como objectivo proteger os caixões enquanto se aguardava o serviço religioso.

6.5.10

Cantos de Maldoror

Cantos de Maldoror não é uma leitura fácil. O elogio à maldade assenta essencialmente numa base filosófica, embora se trate de um texto poético. O poema é reclamado pelos surrealistas como o expoente máximo do surrealismo.
O Conde de Lautréamont, pseudónimo de Isidore Ducassi, morreu aos 24 anos de idade de causas desconhecidas. Segundo consta não deixou memórias. Aliás, o próprio afirma nas Poesias I e II que não deixará memórias. A Cantos de Maldoror seguir-se-ia o elogio à bondade nas Poesias I e II , que nunca foi completado devido à morte prematura de Ducassi.

É possível ler-se o livro e ouvir-se Adolfo Luxúria Canibal a declamar. Os Mão Morta, como tantos de nós sabem, basearam o seu projecto Maldoror na obra de Lautréamont.

O curioso foi a forma como este livro me chegou às mãos: a mãe de uma amiga seleccionou alguns livros para dar e entre a pilha que tinha escolhido para mim encontravam-se os Cantos. E eu só posso naturalmente agradecer ainda que no final nem venha a gostar muito do que li.

2.5.10

Leituras

A estes e estes junto os seguintes títulos:
  • D. Quixote de La Mancha, Miguel de Cervantes
  • Anna Karénnina, Leo Tolstoy
  • A Sonata de Kreutzer, Leo Tolstoy
  • A Morte de Ivan Ilitich, Leo Tolstoy
  • Cantos de Maldoror, Lautréamont

E ando a namorar História do Feio e História da Beleza, ambos de Umberto Eco.

Estou quase quase a acabar A History of the British Isles e comecei a ler as primeiras páginas de Cantos de Maldoror.

Quer-me parecer que terei um Verão repleto de horas de leitura.

1.5.10

Mão Morta - Coliseu dos Recreios

Os Mão Morta estiveram muito bem na quinta-feira à noite no coliseu dos recreios em Lisboa. Adolfo Luxúria Canibal e companheiros continuam a saber fazer rock and roll e sabem como cativar o público. Começaram bem com Oub'la e logo a seguir E se depois. Entre outros ouviu-se Quero Morder-te as Mãos, Budapeste e Amesterdão. Fernando Ribeiro dos Moonspell subiu ao palco para cantar um tema com a banda. Muito bom.

Os Mão Morta continuam muito à frente. Para mim foi uma estreia. Perdi, anteriormente, uma série de ocasiões, por razões diversas, em que os poderia ter visto ao vivo. Foi desta e fiquei com vontade de mais!