12.10.06

As pessoas que sabem quem somos e que nós deixamos de saber quem são

Ia eu a caminho dos meus afazeres laborais quando dou conta de um grupo de polícias ao cimo da rua. Um deles olhava insistentemente e eu perguntei-me "Mas o que é que este quer?" E preparava já o meu discurso: "Eu não vi nada. Não sei nada!" Continuei a seguir o meu caminho e fui parada com um sorriso e um olá seguido de um dos meus diminutivos.

Pensei "É um ex-aluno!" Mas continuava sem conseguir perceber quem era aquele jovem sorridente que me tratava pelo nome. Acabei por responder: "Não me és estranho, mas estou a tentar perceber de onde. De que escola."

Ele também não tinha a certeza. Avançaram-se hipóteses: "Freitas branco?", "8ºA?" Por fim ele refere o nome do M e de seguida o da M e aí situei-o de imediato nas turmas do 10º e 11º. Tinha sido meu colega de escola e não meu aluno! Trocámos mais algumas palavras do género: "O que é feito de ti?" E etc.

Ele recordou-me que nos tinhamos encontrado há tempos algures e eu tinha uma ideia assim muito, mas muito mesmo, vaga de tal ter acontecido, especialmente por ele mo ter lembrado.

Por fim despedimo-nos e eu fui a pensar para com os meus botões: porque raio tão raramente me lembro das pessoas? Ás vezes vejo caras que não me são totalmente estranhas, contudo não consigo associar-lhes um nome, mas o mais estranho é as pessoas passarem por mim, cumprimentarem-me, saberem o meu nome e eu não fazer a mínima ideia de quem se trata.

Não admira que passe tantas vezes por mal-educada: eu passo pelas pessoas e não lhes falo. Mas como poderia dirigir-me a elas se nem me recordo quem são?

2 comments:

Anonymous said...

Minha querida:
Um gajo com farda?
Esquecer?
Começa a reparar bem nas pessoas com que te cruzas ao longo da vida, pois não nos podemos esquecer delas assim, sobretudo quando nos aparecem com farda e a sorrir p'à gente.

Maria Felgueiras said...

É um antigo colega de escola!! Só isso, my dear. :)