27.2.09

O Ano da Morte de Ricardo Reis - excerto

Crispar-se um sorriso, se dele falamos, pode ser obra de um momento e não durar mais do que ele, mas explicar por que se crispou necessita de demora, ao menos para que não fiquem muitas dúvidas sobre os motivos da inesperada e aparentemente incompreensível atitude, é que a sensibilidade das pessoas tem recônditos tão profundos que, se por eles nos aventurarmos com ânimo de tudo examinar há grande perigo de não sairmos de lá tão cedo.

in O Ano da Morte de Ricardo Reis, José Saramago

26.2.09

Nova leitura

Apostada em manter a sanidade mental resolvi pegar em novo livro para me acompanhar nas viagens de autocarro/comboio/metro. A escolha foi O Ano da Morte de Ricardo Reis de José Saramago. Vamos lá a ver se me encanta tanto quanto o Memorial do Convento e A Caverna, os meus preferidos embora também tenha gostado de Todos os Nomes e de Ensaio sobre a Cegueira.

Como provavelmente saberão Ricardo Reis nasceu no Porto, formou-se em Medicina, era monárquico, viveu no Brasil e morreu em 1936. O poeta Fernando Pessoa nascido em Lisboa morreu em 1935. Logo podemos acertadamente concluir não tratar-se da mesma pessoa como tão bem faz notar José Saramago. :)

25.2.09

Fresquinhas requentadas

Recebi via sms duas excelentes notícias: o novo single dos Depeche Mode já anda por aí (o álbum é posto à venda no dia 30 de Abril segundo fontes fidedignas) e ao que parece os Faith No More vão juntar-se para nova digressão mundial (esperemos que não se esqueçam de Portugal pois gostaria de os rever).

Para abrir o apetite aqui fica Wrong, denso e negro e muito Depeche Mode. O vídeo é um bocado creepy e não aconselhável a pessoas mais sensíveis.


Chocolate


Fiquei naturalmente com água na boca. Fico sempre de cada vez que vejo o filme e não é só por causa do Johnny Depp.

A Origem do chocolate

As pesquisas indicam que a civilização denominada Olmeca foi a primeira a utilizar o fruto do cacaueiro e isso ocorreu a 1.500 anos antes de Cristo, mas ainda que os Olmecas habitassem as terras baixas do Golfo do México foram os Aztecas e os Maias que principalmente levaram a fama de serem os descobridores do chocolate.

Essas antigas civilizações consideravam o chocolate um alimento dos Deuses e o consumiam como bebida em rituais religiosos importantes. Desde aquela época o chocolate tinha grande valor e era valorizado, tanto que as sementes do cacau chegaram a ter a função de moeda corrente e usadas como meio de troca.

Excerto retirado daqui.

24.2.09

O meu Carnaval


Para não quebrar o ritmo a interrupção do Carnaval serve para concluir a correcção de testes e elaborar os que se seguem. As notas são a desgraça do costume para além de terem faltado 5 alunos numa turma e 3 na outra nos dias de teste...

Felizmente estes dias têm servido também para descansar um pouco e dedicar-me a outras coisas: consegui concluir a leitura de Nunca Me Deixes e ontem revi o delicioso Chocolate. O livro de Ishiguro é uma surpresa absoluta. As primeiras páginas não suscitam grande interesse, mas ao longo da leitura o interesse vai crescendo e vamos descobrindo um belo romance com personagens profundas e frágeis mas simultaneamente fortes. O tema da clonagem é abordado não sob o ponto de vista científico mas sim humanista. Recomendo vivamente a leitura do livro.

22.2.09

Leitura surpreendente

A leitura de Nunca Me Deixes de Ishiguro tem-se revelado surpreendente. É extraordinária a forma como o autor vai lançando achas e posteriormente, sem que estejamos à espera, ele retome esses pontos já anteriormente mencionados e dos quais já nos tinhamos esquecido ou dos quais nos lembrava-mos e estariamos apostados em que o autor os deixaria esquecidos por se perder no resto da narrativa. Nada disso.

A personagem principal que relata a história dos seus tempos no colégio de Hailsham, dos tempos na Herdade e da sua profissão de ajudante, vai retomando a sua narrativa no passado, no presente e de novo voltando ao passado, sem se perder. Deixando a nossa curiosidade ao rubro mas dando sempre resposta às nossas questões. Por exemplo: porque são tão importantes as obras de arte produzidas pelos alunos de Hailsham? Esta pergunta não me saía da cabeça, até que ontem acabei por descobrir a opinião em relação a isso e que bem poderá ser a verdadeira razão.

17.2.09

Actualização de Leituras

Das quatro histórias que compõem Mírgorod de Gógol gostei particularmente de duas: "Um casal à antiga", como já aqui tinha referido, e "História de como se zangaram Ivan Ivánovitch e Ivan Nikiforovitch"; esta última repleta de deliciosos momentos de humor mas com um final muito amargo. As descrições de Gógol são riquíssimas e as referências culturais em termos gastronómicos e de vestuário interessantíssimas.

Para ir desanuviando das palermices dos anormalóides que me calharam na rifa este ano faço-me agora acompanhar nas minhas viagens diárias de autocarro/comboio/metro de Nunca me deixes de Kazuo Ishiguro.

16.2.09

A propósito das minhas desventuras

A Miss Precious, que tem acompanhado com regularidade as minhas desventuras no ensino português, enviou-me uma citação deliciosa da autoria de Terry Pratchett. Aqui fica ela:


"You know, you sound a very educated man for a barbarian", said Rincewind.
"Oh, dear me, I didn't start out a barbarian. I used to be a school teacher. That's why they call me Teach."
"What did you teach?"
"Geography. And I was very interested in Auriental studies. But I decided to give it up and make a living by the sword."
"After being a teacher all your life?"
"It did mean a change of perspective, yes."
"But. . . well. . . surely . .. the privation, the terrible hazards, the daily risk of death . . ."
Mr. Saveloy brightened up. "Oh, you've been a teacher, have you?"

in Interesting Times, Terry Pratchett

15.2.09

Rosas no dia de São Valentim


Estas são as rosas que recebi ontem. Via mail... porque os tempos são modernos e o romantismo também! :D

13.2.09

Falta-me a paciência... falta-me muita paciência

Só me apetece distribuir tabefes pelos putos das turmas do 7.º... são tão estúpidos... Para além de estúpidos são mentirosos e não têm maneiras nenhumas. Há na realidade uma grave crise em Portugal e não é aquela de que todos os dias se ouve falar nos telejornais. Não vejo hora deste ano lectivo chegar ao fim.

Hoje pedi a caderneta a um que ousou responder-me "Era o que mais faltava! Não faço!" quando lhe disse para fazer os exercícios do caderno de actividades no caderno diário. Respondeu imediatamente que não tinha caderneta. Pedi-lhe a caderneta uma segunda vez e... MILAGRE! Encontrou-a logo perdida algures na mochila!

Não há pachorra para aturar estes estúpidos mimados!

11.2.09

Leituras na Dimensão

Decidi obrigar-me a voltar às leituras. Assim tenho-me dedicado, com alguma irregularidade como já seria de esperar, à leitura de The Bedroom Secrets of the Master Chefs de Irvine Welsh - autor que pretendo conhecer melhor depois de ter lido o alucinante Glue, e antes disso, o não menos alucinante, Trainspotting; e Mírgorod de Nikolai Gógol - também pretendo aventurar-me mais nas letras dos grandes autores russos. E, para além destes, quero dedicar-me aos japoneses; a N ofereceu-me pelo Natal Nunca me deixes de Kazuo Ishiguro, do qual li as primeiras duas páginas. Murakami e o seu Sputnik Sweetheart deixaram-me uma forte impressão dos autores contemporâneos japoneses.
Para já ando perfeitamente deliciada com a escrita de Gógol (e, por essa razão os outros dois deverão por enquanto ficar na estante): um estilo rebuscado, a transbordar de adjectivação rica, personagens cómicas e trágicas, superficiais e terrivelmente profundas. A primeira história "Um Casal à Antiga" é maravilhosa, mas ao concluí-la fiquei com uma grande sensação de desalento face à inevitablidade da morte e da mudança. Em suma a efemeridade da vida.

9.2.09

Ao domingo nova tarde de cinema

Shine - Simplesmente Genial de Scott Hicks, com a brilhante interpretação de Geoffrey Rush, é um filme maravilhoso. Vi-o neste último fim-de-semana e fiquei com o coração mais quente. O filme emana humanidade e inocência.

8.2.09

Tardes de cinema


Apesar do stresse normal das aulas vou arranjando um tempinho aos fins-de-semana para ver filmes. No domingo passado a escolha foi À Prova de Morte (Death Proof), de Quentin Tarantino (isto depois de ter revisto o espectacular Pulp Fiction). O filme faz parte do projecto Grindhouse de Tarantino e Rodriguez - uma homenagem aos filmes de série B norte americanos. À Prova de Morte, na segunda metade, é um verdadeiro elogio ao girl power! Delirei com a parte final! O Stuntman Mike teve o que merecia!

4.2.09

O que fazer?

O que pode a Escola fazer quando uma mãe responde "Não tenho nada com isso" ao ser informada sobre o (mau) comportamento, (mau) aproveitamento e absentismo da filha?

2.2.09

Desafio

O desafio, colocado pela Miss Precious lá no seu Covil, já é de Janeiro. E dado eu andar com a neura devido a um horrendo ano lectivo que não me permite sequer disponibilidade para blogar tenho andado um bocado afastada destas coisas dos blogues. Mas, aqui vai a resposta ao desafio.

Regras:

1. Escrever uma lista com 8 coisas que sonho fazer ou que quero que aconteçam este ano.
2. Convidar 8 bloguistas a responder ao mesmo.
3. Comentar no blog de quem partiu o desafio.
4. Comentar no blog de quem desafiamos.
5. Mencionar as regras.


Coisas que quero fazer ou sonho que aconteçam este ano são:

1. Sair da escola onde tenho contrato até ao final de Agosto (e nunca mais lá voltar).
2. Percorrer Budapeste a pé e de meios de transporte de uma ponta à outra e ver tudo o que há para ver.
3. Dar, já agora, um saltinho a Viena e outro a Praga (uma tarde já me satisfazia).
4. Voltar para o Goethe Institut para mais um ou dois semestres.
5. Passar um fim-de-semana em Londres (sozinha ou acompanhada).
6. Passar, pelo menos, uma semana em Manchester com a minha mãe para visitar a M e a sua mãe.
7. Ler mais, ver mais filmes, ir mais ao teatro e ao cinema (sozinha ou acompanhada).
8. Conseguir contrato com horário completo numa nova escola com alunos normais.