31.8.09

Back to work!

Infelizmente está na hora de voltar à terra. Assentar os pés firmemente e dedicar-me ao trabalho que vai surgindo. Assim, e para uma pessoa não se desabituar, hoje cedo comecei o curso intensivo de Inglês. Só há 3 alunos. Duas meninas de 11 anos e um rapaz de 14 . O balanço para este primeiro dia de curso é muito positivo. Já tenho a experiência do ano passado - muito boa também - o que ajudou imenso à preparação deste novo curso. Antevendo as dificuldades que poderiam surgir por se tratarem de grupos etários diferentes e de níveis de conhecimentos da língua igualmente diferentes preparei algumas actividades diferenciadas. E, para meu gáudio, resultaram lindamente!

No final da semana e durante o fim-de-semana dedico-me à preparação das aulas dos Assistentes Dentários, que requerem uma especial atenção dado que o programa das turmas que passaram para o 2.º ano sofreram uma grande alteração. Mas está-se bem!

E agora me despeço: adeus Budapeste, adeus Balaton, adeus Viena! Até (muito) breve! :-D

Em qualquer altura das próximas semanas aguardo nova colocação numa escola pública. Fingers crossed!

29.8.09

Sziget Fesztivál 2009


O Sziget Fesztivál que decorre em Agosto em Budapeste é um dos maiores eventos musicais e culturais da Europa. Desde 1993 que a Óbudai Sziget (uma das ilhas no Danúbio) é palco do evento. Eu tive a sorte e felicidade de lá ter estado no dia 16 de Agosto.

O que tem o Festival da Ilha de especial? Tudo! A começar pela excelente organização. Há um leque imenso de actividades nas quais podemos tomar parte para além dos concertos de música. Chegados à ilha pelas 15h pusemo-nos a explorar o que havia: jogos de memória, de xadrez, exposições de arte, workshops de bijutaria, de pintura e de cerâmica. Muito artesanato. Muito boa disposição.

Espreitei um bocadinho os Offspring em palco. Não me pareceu nada mau! Pelas 21h dirigimo-nos ao palco principal onde os Faith No More actuaram pouco depois das 21h30 brindando-nos com um excelente concerto de 1 hora e meia.

O Sziget foi garantidamente uma das minhas melhores experiências musicais e culturais até à data!



Confecção de pães



Jogos tradicionais



Decoração de carros



Exposições de mobiliário retro



O écran gigante através do qual assisti ao concerto dos Faith No More



E a melhor foto que consegui dos Faith No More em palco com o Mike Patton... de costas!


Setlist do concerto dos Faith No More
Site Oficial do Sziget Fesztivál

A gastronomia no "império austro-húngaro"

Gosto de experimentar coisas novas e regra geral não sou esquisita com a comida. É raro ouvirem dizer-me "não gosto disto" ou "não aprecio isto" ou "não como daquilo". Preciso sim de ter cuidados redobrados com a alimentação porque o meu organismo funciona de forma diferente na ingestão, digestão e gestão de calorias. Mas nas duas semanas passadas em terras estrangeiras resolvi aventurar-me e provar alimentos que noutras alturas evitaria. Na Hungria fiquei deliciada com os pastéis - batyu (trouxa) e patkó (ferradura) - que são a maior delícia! E as torta, em especial a dobos torta. Também salivei vergonhosamente ao olhar para as pogacsa (está mal escrito, parece-me!) e comi uma com sementes de girassol, que foi das melhores coisas que já ingeri na vida.

Outros paladares tipicamente húngaros fizeram as minhas delícias:


Rakott krumpli - cozinhado pela mãe da D.


Rakott kelképoszta - comido no Grande Mercado Central. Muito parecido com o prato anterior na forma de confeccionar mas bem diferente no sabor e desta vez com natas.

Em Tihany provámos a deliciosa halászlé (sopa de peixe húngara).


Halászlé - o almoço no dia da praia no lago Balaton. A posta de peixe é carpa.


Há um alimento, do qual provei apenas uma dentada, e que é especialmente confeccionado no verão: lángos. Por toda a parte se via gente com lángos na mão. Pode ser simples, com natas ou com queijo, e pode também ser recheado.

Lángos. Uma das dentadas é a minha!


Mas o goulash, o goulash continua a ser o "nosso" prato predilecto. A gula era tanta que nos esquecemos de tirar foto à tigela a transbordar do maravilhoso goulash que nos foi posto à frente na primeira noite passada em Budapeste.

Na Áustria os paladares também não me desagradaram. No primeiro dia atirei-me a um gigantesco Hühnerschnitzel. No Bairro dos Museus comi, no segundo dia, um menu de Salat + Pasta mit Kirschparadeisen, Pesto und Parmesan e no terceiro, o menu que consistia de Salat + faschierter braten mit Reis und Paradeissauce. Na noite do especáctulo da Carmina Burana na Rathaus a minha escolha recaiu num Rindfleisch Gröstl mit Speck-Krautsalat. Escusado será dizer que sobrou sempre comida no final da refeição! Não porque eu tenha a mania de deixar um bocadinho no prato porque parece bem, mas porque se tratavam de porções tão generosas que comendo tudo significaria ficar muito mal-disposta.



Hühnerschnitzel no Alaturka junto à estação de metro Praterstern.


E provámos tudo a que tinhamos direito no que diz respeito a doçaria: Apfelstrudel, Joghurttörtchen mit Früchte e Sachertorte. O ZP ainda se atirou a um Mohr im Hemd na Konditorei Heiner (que fica situada muito perto da Stephansdom).



Apfelstrudel para dois no Bairro dos Museus.


Sachertorte e Mohr im Hemd na Konditorei Heiner. A despedida de Viena.

E ainda nos deliciámos com os saborosos capuccinos nos cafés e quiosques das estações do metro e de comboio (em especial de Budapeste) e deliciosos chás nos salões de chá tanto numa cidade como na outra. E, ainda, um copito de vinho branco no avião à ida e volta!

28.8.09

A não colocação

Agora fico na Bolsa de Recrutamento a aguardar um horário numa qualquer escola das preferências anteriormente mencionadas a aturar putos ranhosos. Espero que tal venha a acontecer brevemente para que possa começar a fazer planos para a viagem do próximo ano que me levará aqui ou aqui.

Felizmente a situação de trabalho, a partir de 1 de Setembro será de (des)emprego parcial: na próxima semana segue-se, à partida, o curso intensivo de Inglês no Centro de Explicações e na semana a seguir retomo as aulas das minhas turmas dos Assistentes Dentários. Revigorada e motivada! (Assim espero...)

27.8.09

Os Museus

Foi impossível visitar todos os museus que pretendia na viagem ao "império austro-húngaro". Contudo, posso afirmar-me satisfeita (aliás mais do que satisfeita!) com as (poucas) visitas efectuadas. Em Budapeste passei uma bela tarde no Museu de Belas Artes, que fica situado na Praça dos Heróis. Visitei a exposição permanente quase toda - só falhei a sala dos holandeses do século XVII. Fica para a próxima! Querendo fotos do interior do museu paga-se! O que acho muito bem! E eu optei por não pagar. Fiquei verdadeiramente abismada com a extensa colecção de arte sacra e medieval do museu. Maravilhosa! E ainda admirei com alguma atenção The Bachus Singers de Bosch. Admirável!

Aproveitei, contudo, para tirar algumas fotos no Kunsthistorisches Museum e no Leopold Museum, os dois únicos museus visitados em Viena e onde se podem tirar fotografias sem flash. De Viena trago pesar no coração por não ter conseguido visitar todo o Kunsthistorisches Museum - vi apenas a ENORME Galeria de Pintura em duas horas (era o tempo disponível!) e a correr! E também por não ter conseguido visitar a maior colecção de obras de Klimt no Belvedere Superior. Fica para a próxima com toda a certeza!

E pasmei-me e babei-me! E voltei a pasmar-me com as maravilhosas obras ali expostas. O pasmo inicial, contudo, foi logo à entrada ao subir as escadas para o primeiro piso. Deparei-me com isto:



Interior do Kunsthistorisches Museum

Algumas das figuras foram pintadas por Klimt. Informação recolhida posteriormente em casa enquanto folheava o meu livro da Taschen sobre o pintor oferecido pela N há uns anos. Caso não estivesse, na altura, tão inebriada e entontecida pelo mármore, pelos dourados e pelas estátuas talvez tivesse reparado que aquelas figuras me eram familiares! Mas na altura parecia estar a pairar por completo enquanto olhava maravilhada para tudo, numa tentativa de saborear e absorver todos os detalhes - tarefa verdadeiramente impossível! Foi uma experiência, diria, quase orgásmica!

A Galeria de Pintura é maravilhosa a começar pela sobriedade do espaço em si, pelas cores que cobrem as paredes, pelos confortáveis sofás onde os visitantes se podem sentar a admirar o trabalho, a arte, a alma de vários pintores ao longo dos séculos.



Interior de uma das salas da Galeria de Pintura

Foi nesta Galeria que descobri, através de dois quadros, que uma das temáticas mais pintadas ao longo dos séculos é a sedução feita pelas filhas de Lot a seu pai (no Museu de Belas Artes em Budapeste encontrei um terceiro quadro que retrata o mesmo tema).

Lot and his Daughters de Jan Massys


E já para o final da visita dei com um quadro extraordinário: Allegory of Vanitas de Antonio de Pereda.



Allegory of Vanitas de Antonio Pereda

Para quem aprecie arte moderna (expressionismo, modernismo e outros ismos) é obrigatória uma visita ao Leopold Museum, situado no ecléctico Bairro dos Museus. Além de estar muitíssimo bem organizado o espaço é muito agradável. O Leopold Museum possui a maior colecção das obras de Schiele. E que colecção! EXTRAORDINÁRIA!



Átrio do piso zero no Leopold Museum onde se encontra a exposição das obras de Egon Schiele.

Dois quadros prenderam a minha atenção. Sendo que quase todos me agradaram imenso! Cardinal and Nun (também conhecido por Caress) que é uma paródia ao quadro de Klimt O Beijo, e Mother with two children II (um quadro forte, que incomoda, que não nos deixa indiferentes e que representa uma metáfora de situações limite).



Cardinal and Nun de Schiele


Mother and Two Children II de Schiele

E fiquei ainda mais satisfeita porque pela primeira vez na vida vi ao vivo um quadro de Kirchner, um dos meus expressionistas preferidos.



Nudes in Studio de Kirchner


Fica apenas uma nota para quem pretenda visitar Viena brevemente. Confirmem as horas de abertura e fecho dos museus (em alguns dias da semana ficam abertos até às 21h) e informem-se sobre preços conjuntos. Por exemplo, fiquei a saber, depois de comprar o bilhete para o Kunsthistorisches Museum, que havia um bilhete para esse museu e para o Leopold Museum que ficaria por 17 euros no total. Assim pagámos 10 euros para um e mais 10 euros para outro! Mas que valeu a pena, valeu!

Viena à noite

Nos três dias passados em Viena ainda houve tempo para percorrer a cidade de noite sob chuva intensa. Mas Viena é bela com chuva, trovões e relâmpagos! Infelizmente, e apesar das tentativas, não consegui captar nenhum relâmpago nas fotos. Consegui, para minha suprema felicidade, captar algumas belas fotos, em especial da Stephansdom.


A Rathaus na noite em que assistimos ao espectáculo da Carmina Burana, integrado no Film Festival a decorrer na altura na cidade.

A Stephansdom sob chuva intensa.


O Museu Albertina, do qual visitámos apenas a entrada no último dia em Viena.

A Ópera, também sob chuva intensa.

25.8.09

Viena

A ida a Viena foi um sonho tornado realidade. Desde que me recordo que desejava visitar a cidade, percorrer as suas ruas e perder-me nos seus museus. A aventura começou na Kéleti Pályaudvar onde apanhámos o comboio directo para Wien Westbahnhof. Uma viagem de 2h58m que se fez sem um minuto de tédio. O bilhete ida e volta custou-nos 8800 florins (ou seja 32 euros! Sim, só!) com direito a viajar em todos os transportes no centro de Viena nas primeiras 48h da nossa estadia. Ficámos hospedados no Hotel Praterstern, a duas estações de metro do centro da cidade (distância que se faz perfeitamente a pé também!), um local simples, mas confortável e asseado e, mais importante, não muito caro. Em Viena é possível fazer refeições por menos de 10 euros! Aproveitem, por exemplo, os menus por volta dos 6,50 euros em alguns dos restaurantes do Bairro dos Museus. E não se passa fome!

Viena é encantadora, bela, requintada. Aqui ficam as fotos:



Fachada da Stephansdom. A necessitar de uma boa limpeza (trabalhos que estavam a decorrer) mas demonstrando toda a sua beleza.


A Karlskirche. Onde quer que eu vislumbrasse uma cúpula dizia: "É a Karlskirche!" Por fim lá a conseguimos encontrar!



O Parlamento. Com muita classe.



A Rathaus. Esta é a Neues Rathaus (que é como quem diz Nova Câmara Municipal).



A Ópera. Só admirada por fora, mas por diversas ocasiões.



O Burgtheater. Única foto do dito. Estava também a ser alvo de limpeza e reconstrução, ou melhor re-qualificação. Ou seja, estavam a fazer-lhe umas obras!



O Hofburg.
Ao avistar a cúpula gritei emocionada: "É a Karlskirche!" :D



A Schwarzbergplatz com o Hochstrahlbrunnen, monumento comemorativo da libertação da cidade pelo exército vermelho e onde tirei foto a um turista russo a seu pedido.



O Belvedere Superior, onde se encontra a maior colecção de obras de Klimt, que eu não consegui visitar! Vi apenas alguns quadros no excelente Leopold Museum (post para mais tarde). As bichas não arredavam pé e eu impaciente para fotografar o palácio. Acabei por tirar a foto com as ditas a decorar o cenário.



O Palácio de Schönbrunn. Foram 4 ou 5 horas lá passadas! Parte da máquina fotográfica ficou no Gloriette!


Um dos belos edifícios modernos da cidade que em nada a desfiguram.

Agenda Cultural

Recentemente efectuei dois passeios culturais que muito me agradaram, por isso aqui ficam as propostas:

Centro Cultural Palácio do Egipto em Oeiras
Salvador Dali
Sonhos de Literatura e de Escultura
de 26 Junho a 15 de Setembro
Preço do bilhete: 3 euros

Para mais informações: Centro Cultural Palácio do Egipto


Fundação Calouste Gulbenkian
Henri Fantin-Latour
de 26 de Junho a 6 de Setembro
Preço do bilhete: 4 euros*

Para mais informações: Fundação Calouste Gulbenkian
*fui no domingo à tarde e a entrada foi livre


Ponham-se a caminho!

23.8.09

A norte de Budapeste

Num dos dois sábados passados na Hungria o passeio levou-nos a localidades a norte de Budapeste. A primeira paragem foi em Esztergom para admirar a imponente basílica, a maior da Hungria. Após uma subida cansativa à cúpula, que mede 96 metros de altura, depressa esqueci as pernas doridas perante a beleza da paisagem: montes verdes e o Danúbio compunham o cenário. Do outro lado do Danúbio a Eslováquia. Visitámos também o museu, repleto de peças belíssimas (cruzes, anéis, coroas, mantos, etc) e tétricas (as relíquias de vários santos, i.e. dedos e afins!). Tivémos tempo para um curto passeio num comboio turístico que atravessou a ponte Mária Valéria em direcção à Eslováquia onde estivémos por breves momentos a admirar a basílica.

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Fachada principal da basílica de Esztergom.


Vista magnífica. Quase a chegar à cúpula!


A ponte Mária Valéria ligando a Hungria à Eslováquia.

De seguida pusemo-nos a caminho de Visegrád para visitarmos o castelo e a cidadela e admirarmos daí a curva do Danúbio. No castelo visitámos as várias salas de exposições e o Panoptikum, que é como quem diz o museu de cera. Admirámos longamente a paisagem em perfeito êxtase e depois pusemo-nos a caminho de mais uma etapa do nosso passeio: as skanzen!


Entrada para a cidadela.


Vista do castelo para o Danúbio.



O Panoptikum.

Já anteriormente mencionadas aqui na Dimensão as skanzen são representações da vida rústica húngara. O espaço é imenso e em vários pontos observámos a construção de novas casas. Efectuámos o percurso de comboio e depois a pé. A visita não deu para tudo, mas ainda assim espreitámos várias casas, a oficina do curtidor do couro, a casa dos tecidos, vários fornos, o moinho e a igreja luterana.


O comboio.


Aglomerado de casas.


Interior de uma das casas.


Casa dos tecidos. Primeiro são tingidos de azul e só depois são feitos os padrões a branco.


A oficina do curtidor do couro.


O moinho.

E, por último, e já derreados, fomos lanchar ao centro da bonita e acolhedora Szentendre. Escolhemos a Szamos cukrászda (da qual fiquei fã logo no primeiro dia, pois foi aí que degustei uma deliciosa fatia de dobos torta). Forças recuperadas e fomos explorar as ruas da cidade, parando durante algum tempo num largo para assistir a um espectáculo de folclore com danças e cantares tradicionais (que, segundo me foi explicado, ainda são costume hoje em dia nos casamentos).


Espectáculo de folclore em Szentendre.


Torre de uma das muitas igrejas de Szentendre.


O Danúbio ao entardecer.


Ao fim do dia houve tempo de sobra para tirar fotos a fazer figurinhas tristes junto ao Danúbio! Mas essas não as coloco aqui!