Quando ouvi o insistente toque da campainha e o bater frenético na porta pensei: "É o fim do mundo!" Mas não. Era a desgraçada da vizinha a pedir ajuda porque o cano lhe rebentara em casa. Em poucos minutos a água já parecia uma cascata escadas abaixo. Montou-se logo uma operação de emergência. O outro vizinho do mesmo andar tentava ajudar a fechar a torneira de segurança, mais tarde veio outro vizinho do andar de baixo em auxílio da pobre vizinha. Eu pus-me a fazer telefonemas: o primeiro para o piquete de segurança. "A primeira coisa a fazer é fechar a torneira de segurança e depois abrir as torneiras ou do lavatório ou do bidé para esvaziar os canos." Mas a torneira de segurança não se conseguia fechar. A chamada caíu e eu acabei por ligar para os bombeiros. Enquanto aguardavamos os bombeiros, os vizinhos tentavam fechar a torneira de segurança, a vizinha apanhava água de casa e eu fazia o que podia a apanhar a água do corredor.
A gata, essa, estava absolutamente encantada com tanta confusão! Espreitava pela porta e voltava para dentro de casa a chapinhar o chão todo. Depois lá ia ela de novo até à porta de entrada para verificar se todos estavamos a fazer o que deviamos para resolver a situação. E novamente largava a correr para dentro de casa, escorregando no piso encharcado.
Felizmente a situação ficou controlada. Os bombeiros, muito eficientes, conseguiram fechar a torneira de segurança não a do contador mas a do corredor do prédio. Conseguiu-se apanhar toda a água do corredor. A pobre vizinha lá ficou com a casa de pantanas e sem água até que lhe venham mudar a torneira de segurança do contador.
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