Nas últimas semanas tirei a barriga de misérias e fui ao cinema. Vi The Hobbit, Anna Karenina, The Paperboy, Les Misérables e, o já aqui mencionado, A Vida de Pi. Todos, dentro do seu género, são bons filmes e não dei por mal empregue nem o tempo nem o dinheiro gasto nos bilhetes. As versões 3D de The Hobbit e A Vida de Pi são verdadeiramente fascinantes. Há toda uma série de detalhes interessantes a serem destacados por estas tecnologias dos tempos modernos que tornam a experiência cinematográfica um verdadeiro deleite.
Numa nota mais séria temos Anna Karenina e Les Misérables. O primeiro, realizado por Joe Wright, que também realizou o espantoso Expiação, é um filme muito original, cheio de momentos de grande beleza com personagens fascinantes e primorosamente interpretadas por Keira Knightley, Jude Law e Matthew Macfadyen. A fusão do cinema com o teatro é um dos aspectos mais interessantes do filme.
Les Misérables é um filme musical, que segundo quem entende destas coisas, segue fielmente a partitura de Les Misérables, a peça musical. Desconheço-a de todo. Apenas li o romance de Victor Hugo quando era miúda e recordo-me, que apesar do fascínio pela narrativa, sofri também as dores de Fantine e Valjean. Anne Hathaway está absolutamente fantástica no trágico papel de Fantine, Russel Crowe e Hugh Jackman desempenham igualmente os seus papéis de forma muito competente. Os ideais da Revolução Francesa estão em destaque ao longo de todo o filme.
The Paperboy - Um Rapaz do Sul deixou-me com algumas reservas. O filme começa muito bem apresentando-nos um panorama de relações disfuncionais e personagens auto-destrutivas. Nicole Kidman está soberba e Matthew McConaughey representa um papel como nunca antes o vi a fazer, e fá-lo espantosamente; John Cusack está verdadeiramente surpreendente. Contudo todos os momentos sórdidos e disfuncionais que fazem a interessante história deste filme culminam numa cena final que mais se assemelha a um melodrama rasca e isso acabou por me decepcionar.
Ver um filme numa sala de cinema continua a ser uma experiência mágica, em que muitas vezes parecemos também fazer parte da história. Só tenho pena da falta de civismo de algumas pessoas que não sabem cumprir horários; se o filme é às 21h10, elas entram na sala 15 minutos depois. Sou de opinião que depois de iniciada a projecção do filme as pessoas atrasadas deveriam ser impedidas de entrar na sala. Isso acabaria com parte dos atrasos. É também pena o barulho irritante das pessoas a remexerem as pipocas nos pacotes em momentos belos como os vistos, por exemplo, em A Vida de Pi. Também sou de opinião de que não deveria ser permitida a venda de comes e bebes para as sessões de cinema. E o outro aspecto irritante são os telemóveis a serem constantemente remexidos e usados durante uma sessão de cinema. Quem se sentisse incomodado por tal actividade deveria ter o direito a esmagar o telemóvel perturbador. Não fossem esses pequenos detalhes e a ida ao cinema seria um momento absolutamente perfeito.
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