Acabei por adiar a leitura dos livros de Richard Zimler e optei por me dedicar às Crónicas de Gelo e Fogo de George R. R. Martin (estou a fazer a colecção de livros que acompanha semanalmente a Visão e o Expresso). Estou quase no final do segundo volume do primeiro livro e confesso-me maravilhada. Uma amiga já me havia dito que para literatura de ficção de fantasia estes livros estavam acima da média no que respeita a qualidade da escrita. E de facto pude eu mesma comprovar isso, embora esteja a ler uma tradução e não o original.
O universo complexo dos Sete Reinos é fascinante. A minha Casa preferida é a Casa Stark, os nortenhos. Imagino-me perfeitamente a viver em Winterfell e a ter também como companheiro leal um lobo gigante, ao qual chamaria, obviamente, Inverno. Infelizmente os Stark não são grandes estrategas. Regem-se por padrões morais, familiares e de dever elevados mas isso não é o suficiente para os manter vivos num mundo em que a guerra pelo poder vale tudo. Os Lannister são, além de astuciosos, terrivelmente maquiavélicos e conseguem tudo o que querem pela sede de poder. Apesar de detestar a Casa Lannister admiro Tyrion, o Duende, que compensa através do seu raciocínio lógico e rápido a sua deformação e incapacidade física. E gosto de Jon Snow, o bastardo de Ned Stark, que julgo ainda terá um papel bastante importante na história. Com o desaparecimento de quase todos os Stark resta saber se ele recuperará Winterfell no futuro.
Nada como continuar a ler para descobrir isso e outras coisas. Nomeadamente se Joffrey e a terrível Cersei terão o merecido fim sangrento que já tantas vezes imaginei. Veremos!
Em paralelo estou a ler Frankenstein de Mary Shelley. O que sempre admirei em Frankenstein foi o facto de ter sido escrito por uma mulher numa altura em que a literatura era do domínio exclusivo masculino. Não é por acaso que a obra quando publicada pela primeira vez em 1818 não tenha sido atribuída à autora. O prefácio dessa primeira edição foi escrito pelo marido da autora, Percy Bysshe Shelly. Os temas da ciência e da criação de um ser assim como da tecnologia eram também do domínio masculino. Fascina-me a narrativa repleta de descrições negras e macabras com alusões a Paradise Lost de Milton.
Tenho leitura para me entreter por boas semanas!