Já não há pachorra para a polémica criada à volta da Prova de Acesso à carreira docente, cuja primeira parte comum está agendada para dia 18 de Dezembro. Vi a prova modelo e se antes tinha dúvidas se faria a prova, após ler com alguma atenção as questões pedidas, fiquei sem dúvidas: não faço prova nenhuma! Felizmente, o facto de me encontrar neste momento desempregada força-me a ir numa outra direcção de modo a encontrar uma solução profissional viável. Caso tivesse tido colocação, como nos anos anteriores, estaria a pensar, tal como milhares de colegas neste momento, que o melhor seria fazer a prova pois assim teria uma hipótese de continuar a dar aulas.
Como me pus a caminho de outra direcção, agora não quero voltar para trás. Aliás, nem pretendo sequer olhar para trás! Iniciei ontem a formação de Auxiliar de Veterinária e quero agora trilhar este caminho até ao fim. É um tiro no escuro, é uma mera hipótese, mas é uma oportunidade de seguir uma via que pode ser viável e que, acima de tudo, pode ser recompensadora a vários níveis. A maior parte dos inscritos no curso pretendem seguir a profissão de Auxiliar de Veterinária. Foi algo que me surpreendeu pois inicialmente o coordenador da empresa de formação tinha-me dito que a maior parte das pessoas que fazem este curso fazem-no não para seguir a carreira mas sim para saberem tratar melhor dos seus animais domésticos. Na altura achei isso estranho e agora pude comprovar que não é de todo verdade. As 16 pessoas que compõem a turma são das mais diversas áreas e à excepção de duas ou três todas expressaram o desejo de vir a trabalhar na área no futuro. Isto dá que pensar!
Concluindo, a minha actividade no ensino está colocada totalmente de parte. Não consigo conceber mais a minha vida na pressão e tensão de saber se serei colocada e quando serei colocada. Só lamento ter tido colocação todos estes anos pois isso acabou por criar a ilusão de que o ensino era o meu caminho, e agarrei-me a uma situação profissional precária ao longo de 16 anos! Mas não será certamente tarde para descobrir novos e aliciantes caminhos!
Estou convicta de que ainda virão aí muitas más surpresas para os milhares de professores, tanto contratados como efectivos e eu, muito sinceramente, não quero fazer parte desse lote de desgraçados. Há que saber quando desistir. E eu desisti!
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