A minha candidatura a um projecto de voluntariado chamado "Um sem-abrigo um amigo" foi aceite. Tive a primeira formação, seguida de saída de rua, no sábado. Foi uma experiência muito rica e intensa. E foi assim que conversei pela primeira vez com pessoas que têm a rua como casa, pessoas que perderam tudo ou quase tudo, pessoas solitárias que tentam sobreviver cada dia que passa e que ainda têm um fio de esperança.
Eu de facto não tenho muito em termos materiais, mas estou a conseguir pagar uma renda de um apartamento e tenho alimentação, e tenho um carro velho que me está a sugar o dinheiro das minhas poupanças com as suas sucessivas avarias. E tenho, também, uma mãe extraordinária e muito bons amigos.
Essa riqueza emocional que possuo não está ao alcance de toda a gente. Há quem tenha perdido os amigos e a família pelas mais variadas circunstâncias e se encontre completamente só no mundo. Ao regressar a casa mais do que o dormir na rua doeu-me a constatação de haver tanta gente só. Haverá maior dor do que a solidão?
Espero conseguir levar algum contributo positivo a algumas destas pessoas que encontrar nas saídas de rua no âmbito do projecto. Ser útil acima de tudo é o que desejo.
Espero conseguir levar algum contributo positivo a algumas destas pessoas que encontrar nas saídas de rua no âmbito do projecto. Ser útil acima de tudo é o que desejo.
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