29.1.13

O Impossível

O impossível pode acontecer. O filme realizado por  J.A. Bayona e magistralmente interpretado por Naomi Watts, Ewan McGregor e o jovem talentoso Tom Holland retrata a história surpreendente de uma família que sobrevive à catástrofe do tsunami em 2004. Trata-se de um filme feito com inteligência, bom senso e muita sensibilidade, onde são utilizadas técnicas fantásticas para recriar as ondas gigantes que assolaram a Tailândia, a Indonésia e os restantes países afectados pela devastadora intempérie. Existem vários momentos de enorme tensão e emoção mas nunca se cai na exploração do sofrimento alheio.

Milhares de famílias não tiveram a mesma sorte da família Alvarez - a família sobrevivente na qual a história do filme se baseia - mas o facto de esta família, em especial, ter sobrevivido não deixa de ser uma forma de nos fazer acreditar que os milagres, embora raros, acontecem.


25.1.13

a matemática do amor




Fonte: Fotos de Rua

o fim de semana à espreita!

Em termos de trabalho esta foi uma semana francamente boa. Os planos de aula foram quase sempre  cumpridos e nos casos em que não foram, isso não foi negativo, muito pelo contrário. Por exemplo, na aula de 11.º após o visionamento de uma parte do documentário de Al Gore An Inconvenient Truth criou-se um momento interessantissímo de debate em que boa parte dos alunos participou sem recorrer à língua manterna. Já nem fiquei preocupada por não termos tempo para a leitura do texto. A turma de 10.º trabalhou bem como de costume. É fantástico como é possível usar apenas o manual, um texto áudio e o quadro e a aula corre bem. Os miúdos trabalham com entusiasmo e são muito afáveis. Inicio este fim de semana com uma sensação muito boa, o que me motiva a fazer mais e melhor.

24.1.13

são muitas as camadas que nos compõem

Revi uma amiga de longa data com a qual tenho estado muito pouco nos últimos anos. Acontece, por vezes, os nossos caminhos afastarem-se dos de pessoas com as quais em tempos fomos mais próximos, mas o que tenho percebido é que, salvo raras excepções, os nossos caminhos tornam a cruzar-se com os dessas pessoas, porque farão sempre parte da nossa história. 

A caminho de casa vinha a pensar sobre a conversa que tive com essa amiga e percebi o pouco que afinal sei dela, e o pouco, que no fundo, conheço de cada um dos meus amigos. Conheço-os em partes. E pensei também como os meus amigos pouco  me conhecem porque também eles conhecem apenas uma parte de mim, aquela que está a descoberto. 

As pessoas estão convencidas que conhecem os outros muito bem por causa das suas palavras e das suas acções; contudo, as palavras e as acções são somente uma parte do que cada um de nós é. Por detrás delas existe muito mais. E a grande verdade é que poucas vezes estamos dispostos a investir em disponibilidade para conhecer alguém, para saber quem essa pessoa é, o que a move, o que a comove, o que a faz vibrar. 

Há que ir desbravando as camadas, uma a uma...

22.1.13

Rumo positivo

Depois de umas aulas bem stressantes na semana passada estou verdadeiramente satisfeita com o rumo positivo que as desta têm levado. Até os mais pequenos estiveram mais sossegados e atentos e um dos mais reguilas teve o à vontade de me chamar e dizer-me que não estava a perceber a matéria. E eu tornei a explicar tudo e fizémos exercícios para consolidar conhecimentos. Veremos se a boa tendência continuará. 

Uma do 11.º comentou ontem: "A professora preocupa-se demasiado connosco." Verdade, se não me preocupasse não me cansava, não me stressava e não me sentiria frustrada quando as coisas correm mal. E não interessa se eles são do 6.º, do 7.º, do 10.º ou do 11.º, o meu objectivo é que cada um deles possa melhorar e crescer ao longo destes meses e que possam levar algo de significativo este ano das minhas aulas para os próximos anos. Aí terei cumprido o meu papel e eles, de certo modo, o deles. 

20.1.13

TV

As três séries televisivas que tenho seguido com mais entusiasmo nos últimos tempos (e por nenhuma ordem especial de preferência):

Downton Abbey

Game of Thrones

The Walking Dead


Ando, pois, ansiosa pela transmissão das novas temporadas. The Walking Dead sigo desde o primeiro episódio, as outras duas apanhei-as, julgo, no final da primeira temporada ou início da segunda, mas consegui pôr-me a par das tramas, intrigas e dos dramas. Cada uma dentro do seu género específico proporciona bons momentos de entretenimento.

Outras duas que prendem a minha atenção mas que não sigo religiosamente são Spartacus e True Blood. A segunda perdeu, na minha opinião, alguma originalidade do argumento inicial, embora continuem a existir bons momentos e personagens fascinantes. Spartacus apela essencialmente ao interesse visual. Trata-se de uma produção muito gráfica em que as cenas de luta e de batalha são quase sempre o foque dos episódios. As personagens são também todas muito estilizadas e perfeitas.

18.1.13

a revolução tecnológica



As tecnologias não têm colaborado na escola secundária. Anda uma pessoa estes anos todos a preparar materiais como sistematizações gramaticais, exercícios e actividades de warm up para depois ter de se cingir quase exclusivamente ao manual escolar... Brevemente pretendo fazer o visionamento de dois filmes e muito possivelmente não irei conseguir. Tem acontecido sempre algum revés: ou as colunas não funcionam ou têm falta de um cabo qualquer, ou os projectores não apanham o sinal, ou o comando do projector anda perdido, ou o portátil não liga, ou se liga depois não desliga... enfim é o caos tecnológico. O resultado é que as aulas têm efectivamente sido menos interessantes do que as que consegui planificar e aplicar nos últimos anos. De todo o modo a qualidade dos alunos também é algo dúbia e por essa razão com ou sem meios tecnológicos os resultados, quer-me parecer, seriam pouco satisfatórios. Salva-se a turma de 10.º, que também tem os seus dias menos bons.

Na básica há um computador para o professor nas salas de aulas mas acontece que ou não existe um painel para onde se projectar (na sala do 6.º projecta-se para o quadro, que é verde escuro!!!) ou havendo o painel não existem estores para cortar o excesso de luz vindo do exterior e conseguir-se assim ver-se em condições o que está a ser projectado. 

Mas há que manter o ânimo: poderiamos nem ter sala de aula e isso sim seria trágico!


14.1.13

Boca do Inferno

Finalmente muni-me de máquina fotográfica e lá fui eu fotografar a Boca do Inferno depois do almoço. As nuvens carregadas afastaram muita gente do local, o que foi óptimo para quem por ali passava, tal como eu, para fotografar toda aquela beleza natural. 






11.1.13

...

O pequeno Martim do 6.º ano quis saber a razão pela qual me visto sempre de preto. Respondi que era porque gostava do mesmo modo que há pessoas que gostam, por exemplo, de cor de rosa. Ele olhou para mim pouco convencido e poucos minutos depois observou: "A professora parece-me um bocado solitária!" Eu perguntei-lhe se ele achava mesmo isso e ele respondeu que sim. Depois de sair da sala fiquei a pensar no assunto. Quem diria que uma criança de 11 anos seria tão perspicaz?

8.1.13

Mehr!

Num destes últimos dias dei por mim a ouvir com mais atenção uma das faixas do LIFAD dos Rammstein. Trata-se de Mehr. Esta canção denota bem o sentimento de insatisfação que é um dos graves problemas da sociedade ocidental. Por vezes há até quem queira mais do que é mau. O sentirmo-nos de alguma forma "cheios" e "preenchidos" pode revelar-se uma verdadeira tragédia nos tempos modernos especialmente se cairmos no erro de compararmos as nossas vidas com as dos outros. Queremos efectivamente mais ou melhor?

Bin nie zufrieden
es gibt kein Ziel
gibt kein Genug
Ist nie zuviel
all die anderen
haben so wenig
Gebt mir auch das noch
sie brauchen's eh nicht 
Mehr - Rammstein 
 
 



Os dias do cinema



Nas últimas semanas tirei a barriga de misérias e fui ao cinema. Vi The Hobbit, Anna Karenina, The Paperboy, Les Misérables e, o já aqui mencionado, A Vida de Pi. Todos, dentro do seu género, são bons filmes e não dei por mal empregue nem o tempo nem o dinheiro gasto nos bilhetes. As versões 3D de The Hobbit e A Vida de Pi são verdadeiramente fascinantes. Há toda uma série de detalhes interessantes a serem destacados por estas tecnologias dos tempos modernos que tornam a experiência cinematográfica um verdadeiro deleite. 

Numa nota mais séria temos Anna Karenina e Les Misérables. O primeiro, realizado por Joe Wright, que também realizou o espantoso Expiação, é um filme muito original, cheio de momentos de grande beleza com personagens fascinantes e primorosamente interpretadas por Keira Knightley, Jude Law e Matthew Macfadyen. A fusão do cinema com o teatro é um dos aspectos mais interessantes do filme. 

Les Misérables é um filme musical, que segundo quem entende destas coisas, segue fielmente a partitura de Les Misérables, a peça musical. Desconheço-a de todo. Apenas li o romance de Victor Hugo quando era miúda e recordo-me, que apesar do fascínio pela narrativa, sofri também as dores de Fantine e Valjean. Anne Hathaway está absolutamente fantástica no trágico papel de Fantine, Russel Crowe e Hugh Jackman desempenham igualmente os seus papéis de forma muito competente. Os ideais da Revolução Francesa estão em destaque ao longo de todo o filme.

The Paperboy - Um Rapaz do Sul deixou-me com algumas reservas. O filme começa muito bem apresentando-nos um panorama de relações disfuncionais e personagens auto-destrutivas. Nicole Kidman está soberba e Matthew McConaughey representa um papel como nunca antes o vi a fazer, e fá-lo espantosamente; John Cusack está verdadeiramente surpreendente. Contudo todos os momentos sórdidos e disfuncionais que fazem a interessante história deste filme culminam numa cena final que mais se assemelha a um melodrama rasca e isso acabou por me decepcionar.

Ver um filme numa sala de cinema continua a ser uma experiência mágica, em que muitas vezes parecemos também fazer parte da história. Só tenho pena da falta de civismo de algumas pessoas que não sabem cumprir horários; se o filme é às 21h10, elas entram na sala 15 minutos depois. Sou de opinião que depois de iniciada a projecção do filme as pessoas atrasadas deveriam ser impedidas de entrar na sala. Isso acabaria com parte dos atrasos. É também pena o barulho irritante das pessoas a remexerem as pipocas nos pacotes em momentos belos como os vistos, por exemplo, em A Vida de Pi. Também sou de opinião de que não deveria ser permitida a venda de comes e bebes para as sessões de cinema. E o outro aspecto irritante são os telemóveis a serem constantemente remexidos e usados durante uma sessão de cinema. Quem se sentisse incomodado por tal actividade deveria ter o direito a esmagar o telemóvel perturbador. Não fossem esses pequenos detalhes e a ida ao cinema seria um momento absolutamente perfeito.

6.1.13

Home

And I thank you for bringing me here
For showing me home
For singing these tears
Finally I've found that I belong here


a caminhar, sempre

 

As resoluções de Ano Novo não ficaram esquecidas. Propus-me a cuidar melhor de mim e a fazer mais exercício. Além das vitaminas diárias para reposição do nível de ferro comecei a comer mais fruta; especialmente citrinos, que segundo indicação de quem sabe destes assuntos, ajuda a fixação do ferro. Tendo recuperado nos últimos dias alguma energia decidi hoje dar um passeio de meia-hora após o almoço e optei pelas escadas, tanto para descer como para subir; atividade que se pode tornar penosa, e que por essa razão é evitada, quando carregada, visto viver no 4.º andar. Aos poucos conto manter esta atitude para meu benefício. Nos próximos dias perspetivam-se passeios de bicicleta que têm estado parados por diversas razões.

Outros aspetos relacionados com a dedicação a hobbies e interesses não têm sido descurados: vi nos últimos dias no cinema: The Paperboy, Les Misérables e Life of Pi. Tenho também conseguido pôr as leituras em dia; hoje consegui concluir o interessante Viagem pela Alma Humana de Alberoni; e já tenho dois papelinhos no meu frasco de coisas positivas. 

A mudança é sempre possível. Para tal basta estabelecermos um compromisso connosco próprios e agir.

Há meses dizia-me uma amiga: "Vejo-te sempre a caminhar. Nunca parada. Sempre a caminhar com firmeza e determinação." Assim é, orgulho-me de dizer. Mas tantas vezes houve em que eu quis parar e deixar de caminhar. Tantas.

Mas há alturas em que uma pessoa tem epifanias!

5.1.13

A Vida de Pi - um momento de pura magia



Life of Pi de Ang Lee é um filme comovente e inspirador que nos leva a acompanhar a viagem de sobrevivência de Pi após um naufrágio. São prestadas duras provas ao jovem que mantém sempre, apesar de todas as adversidades, um espírito aguçado agarrando-se a uma fé inabalável. Esta história serve-nos bem como uma grande lição de vida, como um encorajamento para continuar e também como um lembrete de que devemos ter acima de tudo sempre esperança. Apesar da solidão e do sofrimento, o jovem Pi encontrou alento na enorme beleza que o rodeava no vasto oceano mas acima de tudo no seu caráter e na sua fé.


É incrível experienciar esse momento mágico que ainda é ver um filme no cinema. A versão 3D proporciona-nos momentos belíssimos que quase conseguimos agarrar com as nossas mãos.

3.1.13

Exercício de Escrita

O Exercício de Escrita está a crescer. Que prazer ler palavras que não somente as minhas. 

A precisar de descanso

Estou derreada. Só tive duas aulas de tarde mas parece que tive 8h seguidas. De manhã assustei-me com as olheiras, que não sei de onde vêm uma vez que durmo sempre bem. Sinto-me como me sentia há exactamente dois anos em que quase me arrastava de casa para o trabalho e vice versa. Precisava de mais uma semana de descanso regada a vitaminas para ver se espevitava. 


1.1.13

Saber desistir

 Há uma escritora de quem nunca li nada ainda mas que muito tem suscitado a minha curiosidade. Trata-se de Clarice Lispector. Já vi vários excertos e citações em blogues e redes sociais e hoje ao ler o Ípsilon li um pequeno artigo sobre o seu livro Um Sopro de Vida. Fiz imediatamente uma nota mental para ler algo da escritora num futuro próximo. 

Depois de umas pesquisas através do Google dei com esta espantosa citação sobre uma questão que me assola de quando em quando.


desistir. Abandonar ou não abandonar — esta é muitas vezes a questão para um jogador. A arte de abandonar não é ensinada a ninguém. E está longe de ser rara a situação angustiosa em que devo decidir se há algum sentido em prosseguir jogando. Serei capaz de abandonar nobremente? Ou sou daqueles que prosseguem teimosamente esperando que aconteça alguma coisa?

Clarice Lispector - Um Sopro de Vida