3.10.17

obrigada


Quando estamos em paz connosco próprios e com os outros tudo flui, tudo é mais fácil, bastante menos doloroso. Já há algum tempo decidi não ficar zangada. Por várias razões, mas especialmente porque isso seria injusto e essencialmente porque seria desgastante. 

Faz 6 anos que não estou com a pessoa com a qual tive a minha relação mais significativa, romanticamente falando, e 7 desde que ele decidiu que estava numa espiral e que não queria estar comigo. Tinha direito a isso: a não ser obrigado a estar com quem não queria. 

A vida é assim mesmo; as relações estão em permanente mudança. As dinâmicas podem funcionar numa altura e deixar de funcionar numa outra. E tudo isso, no fundo, é perfeitamente válido. 



A única verdade que fica é que o fim dessa relação ditou um percurso, inicialmente muito doloroso porque estive física e psicologicamente doente durante algum tempo, mas muito rico a partir do momento em que recuperei a minha força anímica. Empreendi num esforço, que alguns não compreenderam ou não quiseram compreender. Cometi muitos erros pelo caminho. Estive perdida durante algum tempo. E depois, a passo e passo, tudo foi fazendo mais sentido e fui trilhando novos caminhos. Fiz nestes anos coisas incríveis que muito me acrescentaram. Conheci gente fantástica. Alguns para ficar e que me ajudaram a tornar uma pessoa melhor. 

Eu não estaria aqui neste ponto: mais liberta, mais livre, mais disponível, mais verdadeira, mais equilibrada, mais saudável, mais feliz se naquele início de agosto de 2010 o J. não me tivesse dito que queria terminar a relação. Ainda bem que o fez. Com ele eu jamais teria crescido o que cresci nestes anos. 

Por isso, aqui vai: obrigada. 

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