30.6.07

Música no Blog - New Order III

Ali na barra lateral é quase virar o disco e tocar o mesmo. Cá estão os New Order durante alguns dias, desta vez com Regret. O tema em questão integra o álbum de originais Republic de 1993.

29.6.07

Regresso ao passado: Fade to Black

Parece que ontem os Metallica deram um excelente concerto no SRSB. Não fui e também não me passou pela cabeça ir. Chegaram-me os dois anos seguidos do festival da cerveja nos confins do mundo (isto dependendo naturalmente da área geográfica de cada um), vulgo Parque Tejo e, para além disso, vi os Metallica na década de 90 no Restelo (aquando do segundo ou terceiro concerto da banda por terras lusas). Foi muito bom com excepção da fase Load da tourné em questão.

No meu imaginário musical os Metallica ficaram arrumadinhos aqui num cantinho, assim como outras bandas, no final dos anos 80, início dos 90. Os meus interesses musicais passaram depois a centrar-se noutras bandas de registos bem diferentes, muitas delas ouvidas anteriormente e também paralelamente aos discos de Metallica e Pantera (e por falar em Pantera, agora me lembro que ando há tempos para escrever um post sobre o atrasado mental do Phil Anselmo).

Cá por casa sempre se ouviu música muito variada. E sempre se ouviu também música bem pesada. Torna-se algo estranha a consulta aos discos e cds que por cá tenho. Desde ritmos africanos e brasileiros (as preferências do papá e da mamã), passando pelo disco e música pop, ouviam-se também o heavy metal na sua forma mais pura de thrash e speed metal. A música electrónica e industrial, com algum rock alternativo à mistura, acabaram por levar a melhor e passaram a ser os sons mais apreciados por esta bloguista.

Não posso no entanto evitar aqui deixar o visionamento de uma actuação ao vivo nos anos 90, do meu tema preferido de sempre dos Metallica: Fade to Black do álbum Ride the Lightning, o meu preferido da banda que possuo obviamente em suporte de vinil!



A letra é uma delícia para qualquer adolescente na sua exaltação à teenage angst. E eu achava-a naturalmente excelente porque sentia aquilo tudo também. Afinal eu era uma adolescente. LOL

Things are not what they used to be
Missing one inside of me
Deathly lost, this can't be real
Cannot stand this hell I feel
Emptiness is filling me
To the point of agony
Growing darkness taking dawn
I was me, but now he's gone



Mas na realidade o que estava aqui em questão não era a teenage angst mas sim uma questão bastante mais complexa (que o Daniel Sampaio não leia tal coisa!): a pena de morte, nomeadamente a cadeira eléctrica.

24.6.07

Fantasmas e Histórias de Embalar

Não sou pessoa para ver um filme mais do que uma vez, mas existem alguns títulos que gosto de ver umas duas ou três vezes. Este fim-de-semana reservei algum tempo livre para rever dois deles:


22.6.07

Special Agent Velvetsatine

Tenho andado a treinar para integrar a equipa de agentes especiais da Thames House*(I wish!). Passo a explicar-me: no site da BBC sobre a série Spooks há uma parte dedicada a jogos. Existe uma fase de treino com vários excercícios (descobrir códigos, desactivar bombas, tiro ao alvo) e depois de algum treino são-nos atribuídas missões. Já tomei parte em duas e lá me consegui safar, melhor, curiosamente na segunda (mensagem encriptada) do que na primeira (conseguir acertar numa sequência de código). Por isso, se não aparecer nos próximos tempos pela blogosfera deve-se ao facto de andar a tomar parte em perigosas e estimulantes missões do mundo da espionagem.

Ai, a sopa que está ao lume!



*Em Spooks as imagens do exterior e da entrada da Thames House são na verdade a Freemansons' Hall.

Breves considerações sobre os últimos filmes vistos

Dos últimos filmes que vi fiquei muito bem impressionada com Miami Vice e gostei bastante de Spider Man 2 (possivelmente mais do que do primeiro). Do que gostei mais em Miami Vice (para além da excelente fotografia) foi o facto de não haver ali nenhum argumento muito rebuscado e cenas de engonhar. A acção flui e embora não haja grandes surpresas a narrativa não perde o interesse. Curiosamente não achei A History of Violence nada de especial; mas acho que a cena do final (uma das melhores que alguma vez vi em filmes) vale pelo filme todo.

Pus-me entretanto a ver Casino Royale e desisti a dada altura. Não estou a gostar nada, mas pretendo ver até ao final.

Música no Blog - Placebo II

Os Placebo foram a escolha para rodar na barra lateral nos próximos dias com o tema Pure Morning com um Brian Molko mais apaneleirado do que o costume, mas que lhe fica bem, fica.

21.6.07

Aprender com quadras

A minha mãe encontrou um livro antigo com o título Aprender a Brincar. Já estive a ler parte das quadras e não consigo evitar aqui deixar umas quantas.


Coser e cozer

Quem cose pano ou fazenda
Também borda e também tece;
Por isso, bom é que aprenda
A escrever cose com s.

E também há-de escrever
Com um s bem torcido
Não só o verbo coser
Como a palavra cosido.

Mas quem cozer um legume
Há-de saber o porquê
De o cozer, com água e lume,
Se escrever sempre com z.

Cose com agulha e linha
E com s a costureira,
Mas só coze, na cozinha,
Com um z, a cozinheira.

19.6.07

Placebo e Frank Black

Aqui fica um excerto ao vivo de algo que achei muito interessante: os Placebo em palco com Frank Black dos Pixies a tocar Where is my mind?


Depois do fim-de-semana

O regresso, mais ou menos, à normalidade após a queda que acabou por nos levar ao hospital de urgência no fim-de-semana. A vítima: a minha mãe. O diagnóstico: um pulso fracturado. :(

16.6.07

Haggard - herança medieval

A L deu-me a conhecer, há uns anos, a música dos Haggard. Gostei de imediato. O álbum em questão - Awaking the Centuries - é uma composição musical interessantíssima que funde sons clássicos, medievais e (espantem-se!) metal. No youtube encontram-se alguns excertos ao vivo da banda e achei por bem aqui colocar um porque de facto o que eles fazem, embora não agradando a todos, é de facto muito especial. Eu começo logo a imaginar-me numa corte medieval.


Awaking the Centuries - Haggard

15.6.07

Uma vergonha!

O que se passa actualmente neste país é vergonhoso. E a notícia deste caso é apenas um dos muitos exemplos.

14.6.07

Dizia eu que não são a minha "cup of tea"?

Vejam bem o que trouxe de casa de um amigo: Spider Man 2, Miami Vice e A History of Violence. O próximo a vir emprestado é o Casino Royale. Fazer o quê? Nem sempre nos podemos dar ao luxo de ser esquisitos; especialmente quando a preguiça para sair de casa e ir à Cinemateca ou ao King é demasiada! :D

13.6.07

Mais um filme em DVD: Hotel Rwanda

Hotel Rwanda
de
Terry George


When "Hotel Rwanda" premiered at Toronto 2004, some reviews criticized the film for focusing on Paul and the colonel, and making little effort to "depict" the genocide as a whole. But director Terry George and writer Keir Pearson have made exactly the correct decision. A film cannot be about a million murders, but it can be about how a few people respond. Paul, as it happens, is a real person, and Col. Oliver is based on one, and "Hotel Rwanda" is about what they really did.


Ainda me recordo do interesse da comunicação social sobre o genocídio no Ruanda da mesma forma que me recordo da falta de interesse do poder político mundial em pôr cobro a um dos períodos mais horrendos da história africana.

Excelente a interpretação de Don Cheadle.

Running up that hill II

Há tempos referi aqui na Dimensão as três versões de Running Up That Hill que tinha ouvido. Pois bem, fica aqui o videoclip da minha preferida pelos Within Temptation (embora continue a preferir o original de Kate Bush).


Running Up That Hill - Within Temptation

12.6.07

Últimos filmes vistos em DVD

Os últimos filmes vistos em DVD: V for Vendetta, Poseidon e The Wedding Planner. O último é uma comédia parva em relação à qual não vale a pena tecer mais comentários. O segundo tem efeitos especiais excelentes, o que me deixa sempre maravilhada, mas a história não é nada de especial nem as interpretações; além disso há demasiadas mortes o que, confesso, cada vez me incomoda mais nas produções cinematográficas. Esta pornografia da morte, que anestesia a maior parte da população mundial, a mim deixa-me deveras incomodada a pensar em possíveis cenários reais de sofrimento e catástrofes.

V for Vendetta é um filme interessante que aborda questões pertinentes e às quais não conseguimos ficar indiferentes. A liberdade, que temos como um dado adquirido, é possivelmente o nosso bem mais valioso e deveriamos, certamente, dar-lhe maior apreço. A respeito do filme a Eo do Refastelada no Sofá escreveu, há largos meses, um excelente post cuja leitura sugiro vivamente.

Regresso ao passado: New Order

You know you're a real 'up' person.

E já que ando numa de New Order porque não regressar ao passado para recordar aquele que é, possivelmente, o meu tema preferido (escolha difícil dada a extensa e excelente discografia da banda). Pronto, ok, é um dos temas preferidos!


Bizarre Love Triangle - New Order

11.6.07

The Full Body Project

Leonard Nimoy, o carismático Mr. Spock, é também fotógrafo. Recentemente causou polémica com um projecto chamado The Full Body Project no qual apresenta fotos de raparigas bem avantajadas desprovidas de qualquer roupagem (à excepção de uma das fotos).

The responses have ranged from joy to horror. One formerly obese woman said the photos terrified her; she said they recalled a picture she kept in her wallet as a reminder of her former self. Other women have thanked Richard Michelson, the Northampton gallery owner, for displaying the images, and even asked if Mr. Nimoy wanted to photograph them.

“I am actually amazed at how little negative reaction there has been,” said Mr. Michelson. “I attribute this in part to the gallery setting, and the fact that Northampton, Massachusetts, is perhaps the most liberal city in the most liberal state in the nation.”

“We do overhear some reductive ‘Is Nimoy into fat chicks’ comments when the gallery room is first entered,” he continued, “but in fact the fun nature of the work and the quality seem to shut people up by the time they leave. I’ve had a few crank e-mails with snide remarks, but not a one from gallery visitors.”


Fonte: New York Times



Achei também interessante ter andado a ver vários sites sobre Peter Greenaway e dar com esta citação do próprio:

I suppose on another level, I'm often irritated that, basically, certainly should we say Hollywood orthodox cinema deals in nudity primarily from the point of the view of the female body and she has to be aged between 16 and 30. What happens to the rest of us? What happens to the whole mass of man/female, masculine/feminine kind who do not get represented in this context? We ought to be there along with everybody else.

-- Peter Greenaway

Música no Blog - New Order


Crystal do álbum Get Ready de 2001 é o tema escolhido para rodar na barra lateral nos próximos dias. Um dos meus temas preferidos de New Order, sendo este também um dos meus videoclips preferidos.

Após as notícias de que o grupo se tinha separado surgiu nova notícia de reagrupamento. Resta saber se esta união se deve apenas à estreia de Control no Festival de Cannes ou se os rapazes ainda nos brindarão com novo álbum de originais.

Notes from a Big Country - excerto

On another occasion when I made reference to someone in Britain attending a state school, an American researcher said to me: 'But I didn't think they had states in Britain.'
'I meant state in the rather broader sense of nation-state.'
'So you mean public schools?'
'Well, no, because public schools in Britain are private schools.'
Long pause. 'You're kidding.'
'It's a well-known fact.'
'So let me get this straight. They call private schools public schools in Britain?'
'Correct.'
'Then what do they call public schools?'
'State schools.'
Another long pause. 'But I didn't think they had states in Britain.'

in Notes from a Big Country, Bill Bryson

10.6.07

Shortbus

Por sugestão do D, que já tinha visto o filme, fomos ao King ver Shortbus. Não se trata de uma obra prima, mas ainda assim é um filme com alguns pontos de interesse. Gostei especialmente da maquete da cidade de Nova Iorque a servir de cenário na passagem de cenas: muito artístico!

O filme apresenta-nos um conjunto de personagens em situações (quase) limite do desespero. A insatisfação sexual aliada à insatisfação emocional leva estas personagens a frequentarem o bar underground Shortbus e a entregarem-se a uma busca pela plena satisfação das suas necessidades. Mais do que a promiscuidade física chocou-me a promiscuidade emocional de pessoas que sentimos perdidas, sem rumo definido, numa procura obstinada de sensações e de sentimentos.



SHORTBUS acontece numa Nova Iorque pós 11 de Setembro, onde os ritmos se aceleram a cada segundo que passa. Um filme que aborda, com uma estonteante frontalidade, as novas formas de conciliar o racional com os prazeres da carne e as necessidades imperativas do coração. Uma interessante e franca abordagem à psique humana das novas gerações, no contexto das grandes cidades.

Actualização de leituras



Foi através de um contacto da Internet que fiquei a conhecer Bill Bryson. Logo na primeira possibilidade que tive comprei o Made in America e, depois de o ter lido, decidi logo ler outros do autor. Foi assim que acabei por adquirir, tempos depois, Notes from a Small Island que devorei literalmente. O primeiro aborda a questão da língua inglesa e aponta, entre outros aspectos, as diferenças entre o British English e o American English; são também focados aspectos culturais de grande interesse histórico e linguístico. O segundo relata uma viagem pelo Reino Unido, antes de Bryson se mudar definitivamente para o seu país de origem - os EUA, seguindo o exacto percurso da primeira viagem que Bryson fizera na primeira vez que chegara à ilha de sua majestade para aí viver durante um período de cerca de 17 anos.

Tenho andado à procura de Mother Tongue, mas sem êxito e foi por isso que, numa recente ida à FNAC, acabei por optar por Notes from a Big Country, que é um conjunto de crónicas, sobre a América, escritas durante um período em que Bryson escrevia para a revista Night & Day do Mail on Sunday. E é esse o livro com o qual me tenho deliciado mais nos últimos dias.

Now don't get me wrong. I don't for a moment think that Americans are inherently more stupid or brain-dead than anyone else. It's just that they are routinely provided with conditions that spare them the need to think, and so they have got out of the habit.

in Notes from a Big Country, Bill Bryson


Para além do livro de Bill Bryson estou a ler Os Nomes de Gastão Cruz, emprestado por um amigo. É raro ler poesia, confesso. Ou o Poema Contínuo de Herberto Helder ainda nem a meio vai, por exemplo.

9.6.07

Dois filmes, dois livros

A resposta a um comentário ao post anterior levou-me a recordar dois filmes que considero ser duas das melhores adaptações cinematográficas baseadas em clássicos literários.

Prospero's Books de Peter Greenaway, um verdadeiro deleite visual, baseado em The Tempest de Shakespeare e o brilhante Orlando de Sally Potter baseado no fascinante livro de Virginia Woolf - um dos meus preferidos de sempre.

Por isso, se ainda não viram, aceitem a sugestão e vejam porque estas são de facto obras imperdíveis. E, já agora, leiam os respectivos livros também.

8.6.07

Angels in America vs Perfume

Aviso: É possível que exista um spoiler ou outro.


Após ter-me deliciado com Angels in America escolhi o Perfume para ver. A curiosidade era grande por várias pessoas me terem falado muito bem do livro, que nunca li, e por todo o hype que o filme teve na altura em que esteve em cartaz. A história ainda não tinha chegado ao fim e eu só pensava: "Que filme mais estúpido!" Não percebi de que modo a orgia era o despertar do amor e também não entendi porque raio aqueles maltrapilhos comem, literalmente, aquele que consideram um anjo na cena final... E as orelhas enormes do assassino e a sua cara de parvo irritaram-me solenemente.

Angels in America é outra história, baseado na peça de Tony Kushner, o argumento televisivo está também a cargo do mesmo - uma mais valia. Com interpretações notáveis de Al Pacino, Meryl Streep e Emma Thompson, a minha personagem preferida, contudo, é Belize, interpretada por Jeffrey Wright. Belize é uma personagem que consegue manter o equilíbrio entre as outras, nomeadamente entre Prior e Louis, e tem algumas das melhores falas do argumento. Por outro lado, é impossível não nos comovermos com a sua humanidade, sentido de responsabilidade e amizade.

A SIDA e a homossexualidade são temas recorrentes ao longo dos seis capítulos, mas acima de tudo a peça é sobre o amor e a esperança.

7.6.07

Lunar Park

Lunar Park excedeu as minhas expectativas. Bret Easton Ellis mistura com verdadeira mestria a ficção com a realidade (no que diz respeito a personagens* e factos) e o resultado é uma história envolvente e misteriosa com alguns toques à Stephen King. É também o romance mais comovente de Ellis no qual a personagem principal, o próprio autor, luta com todas as suas forças para manter a sua família a salvo e lida, posteriormente, com a perda e a consequente aceitação de uma situação que ele não pode controlar.

O parágrafo final é belíssimo e encerra em si toda a esperança, depois da angústia ter dado lugar à aceitação, de um pai cujo filho desapareceu:

So, if you should see my son, tell him I say hello, be good, that I am thinking of him and that I know he's watching over me somewhere, and not to worry: that he can always find me here, whenever he wants, right here, my arms held out and waiting, in the pages, behind the covers, at the end of Lunar Park.

in Lunar Park, Bret Easton Ellis


*Jayne Dennis, por exemplo, não existe e, no entanto, encontram-se sites com informação sobre ela, incluindo o site de fãs da actriz. Por outro lado, o escritor Jay MacInerney, amigo íntimo de Ellis, é também uma personagem do livro.

Regresso ao passado: Depeche Mode

Uma viagem ao passado desta vez para rever e ouvir See you, tema do álbum de originais A Broken Frame de 1982. Vejam só as carinhas dos meninos! :D



See you - Depeche Mode

4.6.07

Personagens femininas gordas na TV

É pouco comum verem-se figuras obesas nas produções televisivas e cinematográficas, mas há tempos achei interessante na série Rescue Me ter surgido, a dada altura, uma personagem feminina com uns quilogramas a mais do que é permitido pelas leis sociais e televisivas. Embora interessante o romance com um dos bombeiros do dito quartel, na verdade o único com um comportamento "normal", achei estranho apresentarem a moça como mais uma mulher gorda mal consigo mesma e com o seu corpo, vendo-se forçada a vomitar após cada refeição.

Recentemente pus-me a considerar as diferenças existentes entre esta personagem da série americana e a Lindsay, uma das professoras da série britânica Teachers, e a absolutamente deliciosa Dawn French no seu papel de vigária de Dibley. E as diferenças são efectivamente muitas.

Ao contrário da gordinha coitadinha de Rescue Me, Lindsay e a vigária são personagens que se sentem bem consigo mesmas e com os outros, sem complexos, inteligentes e muito divertidas. Pergunto-me se acaso isto será um reflexo da forma como os gordos são encarados em ambas as culturas ou a forma como eles próprios querem ser vistos? Os programas da Oprah e do Dr Phil ajudam a sustentar a ideia do gordo coitadinho, que sofre por não ter a imagem socialmente aceite com toda aquela gente, que as câmaras focam, sempre a fungar e a assoar o ranho do nariz enquanto choram as suas mágoas.

Reparem nos anúncios a passar actualmente na nossa TV: Coca Cola sem açucar, cerveja Super Bock com menos calorias, tisana Pleno com apenas 7 ou 9% de calorias, cremes para acabar com os pneus, a celulite, mais isto e aquilo para se ter o corpo ideal para a época balnear que está aí às portas. Toda a campanha publicitária assenta nessa ideia comum: um corpo esbelto a respirar saúde o que, a consumir a coca cola, cerveja e tisanas com todos aqueles aditivos artificiais, ainda que com menos calorias, me parece altamente improvável de se atingir.

Parece-me natural preocuparmo-nos com a nossa saúde e o nosso bem-estar e, nem mesmo eu com todos os meus kilogramas a mais, acho verdadeiro o ditado "gordura é formosura", mas a obsessão que se vive há largas décadas com a imagem é um sintoma de uma sociedade doente e artificial exactamente por se tratar de uma obsessão e não de uma preocupação genuína. De que vale depois andarem todos encharcados em Xanax e Prozac?

É importante sermos e sentirmo-nos saudáveis. Promovamos a prática regular do exercício. Por isso mexam-se, andem, subam escadas, passeiem, dancem quer sejam magros, gordos ou assim-assim, mas acima de tudo aceitem-se e amem-se tal como são.

3.6.07

Breve Update

Tenho algumas coisas bem interessantes para ver nos próximos dias. Comecei por Angels in America, a mini-série da HBO baseada na peça de Tony Kushner. Depois verei V for Vendetta, Perfume: The Story of a Murderer e, ainda, Hotel Rwanda. E o melhor é que verei tudo isto pela primeira vez; daí a expectativa e o entusiasmo serem consideráveis.

Quanto a leituras, das quatro indicadas ali na barra lateral, só tenho lido diariamente o Lunar Park. Entretanto, desde a semana passada, as estantes albergam mais um título: Notes from a Big Country de Bill Bryson a aguardar pacientemente que eu me torne uma leitora mais veloz do que aquilo que tenho sido. E voltando à autobiografia ficcionada de Bret Easton Ellis, devo referir o empolgamento que a leitura me tem proporcionado, embora tenha alguns receios de chegar às últimas páginas e detestar o livro como aconteceu com os dois últimos que li do autor. Já dei por mim a pensar que o livro daria um excelente thriller à Hollywood. Aliás, a escrita minuciosa e cuidadosamente pormenorizada de Ellis parece cinematográfica porque é uma escrita que nos permite facilmente visualizar ambientes e personagens. E ainda bem que li American Psycho dada a importância de Patrick Bateman neste livro.