23.8.15

caminhada

O dia ontem foi de caminhada. Eu e a minha bestie começámos no Cais do Sodré. Seguimos até às Docas em Alcântara onde fizémos paragem para almoçar. Logo a seguir ao almoço retomámos a marcha em direção a Belém onde apanhámos o ferry para a Trafaria. 



Nunca imaginei a degradação que caracteriza aquela zona na outra margem do Tejo. A zona ribeirinha embora tenha algumas esplanadas e restaurantes está votada a quase um completo abandono e por lá abundam o lixo e os restos e ruínas de tempos passados. 





O passeio, sempre a pé, continuou desde a estação fluvial à praia de São João. Descobri o percurso ciclável que se inicia na estação fluvial até às praias e conto um dia destes pegar na minha btwin e apanhar o ferry para pedalar esse percurso. 

Na praia, sentadas junto às escadas de madeira, deliciámo-nos com uma bebida fresca enquanto a areia fininha e macia nos acariciava os pés descalços. 




O regresso ao Cais do Sodré foi feito também a pé. Apesar do cansaço que a dada altura se apoderou das nossas pernas insistimos e conseguimos. 


21.8.15

tudo tem um fim

Vi, por fim, o final de "Six Feet Under". A 5ª temporada é espantosa. E o episódio final está muitíssimo bem concebido. Ainda estou a assimilar.


Fica o link para a cena final ao som de "Breath Me":

Six Feet Under Finale

16.8.15

chá e conversa

Na minha segunda saída de rua, novamente para a Gare do Oriente, tive a oportunidade de conversar com pessoas "novas". O mesmo sentido de solidão mas com muita gratidão. Foi curioso ver tanta gente, desta vez, a dirigir-se aos voluntários espontaneamente para conversarem ou pedirem chá ou , até mesmo, um par de meias.

Tanta gente com a vida em estilhaços, mas com tanta força e esperança de um dia conseguirem dar a volta e sentirem-se novamente gente. Existem até alguns talentos ocultos. Foram várias as pessoas que declamaram poemas. Um cantou canções de sua autoria. E nós, os voluntários, o público possível num espectáculo de humanidade, de compaixão e empatia.

No final da noite: os agradecimentos deles e os nossos.

E o meu desejo no regresso a casa: que a vida possa ser mais gentil com aquelas pessoas.

5.8.15

Thought Questions

O artigo original pode ser encontrado aqui.

3.8.15

conversas amigas

A minha candidatura a um projecto de voluntariado chamado "Um sem-abrigo um amigo" foi aceite. Tive a primeira formação, seguida de saída de rua, no sábado. Foi uma experiência muito rica e intensa. E foi assim que conversei pela primeira vez com pessoas que têm a rua como casa, pessoas que perderam tudo ou quase tudo, pessoas solitárias que tentam sobreviver cada dia que passa e que ainda têm um fio de esperança. 

Eu de facto não tenho muito em termos materiais, mas estou a conseguir pagar uma renda de um apartamento e tenho alimentação, e tenho um carro velho que me está a sugar o dinheiro das minhas poupanças com as suas sucessivas avarias. E tenho, também, uma mãe extraordinária e muito bons amigos. 

Essa riqueza emocional que possuo não está ao alcance de toda a gente. Há quem tenha perdido os amigos e a família pelas mais variadas circunstâncias e se encontre completamente só no mundo. Ao regressar a casa mais do que o dormir na rua doeu-me a constatação de haver tanta gente só. Haverá maior dor do que a solidão?

Espero conseguir levar algum contributo positivo a algumas destas pessoas que encontrar nas saídas de rua no âmbito do projecto. Ser útil acima de tudo é o que desejo.