20.3.17

45

Tive este ano o melhor aniversário de sempre. O dia 15 foi dia de trabalho e tive um jantar em casa da minha mãe com 3 amigos, que são família. No sábado houve um almoço-convívio onde reuni 20 das pessoas mais importantes que tenho o privilégio de ter na minha vida. Houve momentos fantásticos de muito riso e boa disposição, muita conversa e sessões fotográficas. Após o almoço mais um bocadinho de convívio na esplanada do bar da praia, com a comitiva já largamente reduzida e, por último, uma ida até ao Metropolis, onde me fartei de dançar. Foi a noite de tributo aos Depeche Mode, que não poderia ter calhado em melhor data.

Ontem, extenuada por já não estar habituada a estas andanças, sentia-me muito feliz. Uma onda de satisfação invadiu-me por completo. Pensei na sorte que é conhecer estas pessoas maravilhosas que fiz questão estivessem presentes para comigo celebrarem os meus 45 anos. Desde amigos mais velhos a mais recentes, a maridos e namorados de amigas, todos eles acrescentam algo à minha vida. Como é bom ter quem se importe connosco, quem nos acompanhe, quem nos ame. Como é bom termos pessoas que estão lá para nós, independentemente de tudo o resto. Como é bom termos pessoas que nos aceitam tal e qual como somos e que não se vão embora porque querem realmente ficar.

A vida é curiosa. Tira-nos tanto, mas dá-nos tanto mais. Fui bem compensada, foi o que percebi. Todas as falhas, todas as ausências não importam. Deixam a sua marca, sem dúvida, mas por tudo o que perdi ganhei um tanto mais.

Não há, absolutamente, nada a lamentar.


11.3.17

um dia de cada vez e no meio encontramos o equilíbrio

Nestes últimos dias voltei a mexer no English Tid Bits e na minha conta do SCRIBD. Isto porque o trabalho tem vindo a revelar-se interessante com as turmas deste ano. Tenho usado alguns materiais diferentes, especialmente vídeos online de alguns youtubers. Há coisas realmente muito bem feitas e que podem ser usadas como introdução ou conclusão de matérias, sem roubar demasiado tempo a outras atividades obrigatórias. Estou entusiasmada com o trabalho desenvolvido este ano e ainda há muito para fazer até o ano letivo terminar. Um dos aspectos mais interessantes do presente ano lectivo é estar a trabalhar com uma colega, também amiga. Tem sido óptimo a partilha e o entendimento entre as duas.

Dentro de dias faço 45 anos e sinto-me realmente bem em relação a isso. Parece-me um marco importante chegar a esta idade. Pareço bem ter a idade que tenho. Nos últimos 2 ou 3 anos reparei que envelheci. Olho o meu rosto ao espelho e vejo os sulcos das rugas e a pele menos jovem e vigorosa e já tenho uma série de cabelos brancos a coroar-me a cabeça. E, espantosamente, isso não me traz qualquer tristeza. Alegra-me o pensar o quanto tenho resistido a uma vida nem sempre minha amiga. 

Depois, coloco-me questões: o que vai ser de agora em diante? Quanto mais tenho para viver? O que fazer com o tempo que me resta? Terei tempo para quantos mais projectos? Mas valerá assim tanto a pena pensar em tantas perguntas. Matutar em tantos "porquês"? Possivelmente não.

Todos os dias são um novo começo. Cada dia me oferece inúmeras oportunidades. E tenho aproveitado, talvez não ao máximo, mas tenho aproveitado os meus dias para descobrir coisas novas, interessantes e desafiantes. Mantenho-me informada, leio, vejo filmes e séries que me interessam. Converso com as pessoas. Aprendo sempre um pouco mais. Dedico-me ao meu trabalho e aos meus alunos. Reflicto sobre o que corre menos bem. Ponho-me a mim própria em questão. O essencial aqui é crescer e ser sempre um pouco mais no dia seguinte.

É por essa razão que deixei algumas pessoas no passado e não as trouxe comigo nesta jornada do meu presente. Penso em como seria bom ter algumas delas comigo, mas apenas porque num ponto no passado foram importante para mim, pois sei que pouco ou nada me acrescentariam. A vida é assim mesmo: traz-nos coisas, retira-nos outras tantas. E no meio encontramos o equilíbrio. 

Um dia de cada vez a cuidar de mim para poder também cuidar dos outros. 

45 anos. Não pensei chegar até aqui.

Depeche Mode - Nothing's Impossible