26.7.15

leituras

"E tu, por exemplo, se estivesses na mesma situação - a correr como um louco em redor de uma mesa - também não estarias assustado? Eu sim, digo, eu respondo que sim, que se corresse daquela maneira, que se estivesse com aquele medo a correr em redor de uma mesa, ficaria ainda com mais medo e por isso correria ainda mais, como um louco, para fugir, para não ser apanhado."

in "Short Movies", Gonçalo M. Tavares


Já há um tempo que andava curiosa em ler algo do Gonçalo M. Tavares. Ontem li o seu "Short Movies", gentilmente emprestado por um amigo. Gostei e quero ler mais. 

Hoje virei-me para o Afonso Cruz que, dos autores mais jovens, é para mim o que mais se destaca. A sua criatividade e imaginação sem limites, a sua sensibilidade pouco usual e a forma magistral como usa a linguagem tornam-no o melhor dos melhores nas letras contemporâneas. Recentemente devorei dele "O cultivo das flores de plástico" e "A Cruzada das Crianças - Vamos mudar o Mundo". Agora estou embrenhada na deliciosa leitura de "O pintor debaixo do lava-loiça.".


"Para mim é evidente: o amor aproxima as pessoas e ficamos todos do mesmo tamanho."

in "O pintor debaixo do lava-loiças", Afonso Cruz

24.7.15

desabafo

2015 vai de mal a pior. Depois de dois meses a funcionar maravilhosamente o carro deixou-me parada à entrada de uma rotunda. Desta vez foi a bomba da gasolina que avariou. Eu estou, naturalmente, cheia de expectativas para saber o que vai avariar de seguida. Costuma dizer-se que não há duas sem três mas aqui já ultrapassámos as três ao tempo!

Há muita coisa a funcionar mal e isto parece um novelo emaranhado, de tal modo, que parece impossível, para quem olha, voltar a enrolar o fio de lã num novo novelo todo direitinho.

Continuo a fazer parte da estatística de desempregados deste país. Vou analisar com atenção o CV (mais uma vez) e proceder a alterações. Tenho andado a abrir o leque das opções, mas para já posso afirmar que nenhuma opção fora da vertente do ensino deu frutos. Tenho em perspectiva uma opção mais radical, mas para já a ideia apenas ainda está a germinar.

Continuo a envolver-me romanticamente com pessoas indisponíveis aos mais variados níveis. Isso, na verdade, diz mais sobre mim do que das pessoas em questão. Uma amiga disse-me hoje: "mas tu já pensaste bem que se calhar tu é que não queres um compromisso?" E eu respondi que sim, que já pensara nisso e que o busílis da questão é esse; qualquer sessão de psicanálise chegaria à óbvia conclusão. 


O meu ex-namorado ao deixar-me alegou encontrar-se numa espiral. Recentemente, numa conversa telefónica, disse-me que se encontrava sem rumo como sempre. E eu pus-me a pensar que, tal como ele, eu também ando sem rumo, sem saber muito bem o que fazer à vida e como resolver todas as questões que tenho em mãos. Uma pessoa deveria ter, por regra, um desafio pela frente; eu tenho, pelo menos uns 5, mais coisa, menos coisa. O difícil é saber por onde começar. 

Há uns anos um amigo disse-me que eu estagnara. Na altura fiquei verdadeiramente chocada e ofendida. Eu? Estagnada? Eu que conseguira perder tanto peso, que saíra de casa da progenitora para um sítio meu, que tirara a carta de condução e que conseguira um carro? Eu, estagnada? Que diria esse meu amigo agora? Se na altura eu estava estagnada agora ele só poderá dizer que eu regredi a olhos vistos. 

Concluindo: sim, estou efectivamente fodida com a vida. 


12.7.15

...

Há cerca de quatro anos eu disse a uma pessoa que nunca desistiria dela. Foi, na altura, uma promessa dita com a maior honestidade da minha parte. Mas com o passar do tempo eu acabei por desistir dessa pessoa. Um telefonema inesperado recente confirmou-me que o ter quebrado essa minha promessa foi a melhor coisa que eu poderia ter feito. Por vezes devemos saber desistir das pessoas que não nos acrescentam nada de positivo.

Por curiosidade fica o link para um artigo escrito pelo Marc e a Angel:

12 Things to Know Before Letting Go

Muse - NOS Alive 2015


Os Muse deram um bom concerto no dia 9 de julho no Passeio Marítimo de Algés. Abriram com a já esperada "Psycho" do mais recente álbum e terminaram, como já previra, com a épica "Knights of Cydonia". Pelo meio tocaram "Hysteria", "Our time is running out", "Madness", "Supremacy", "Starlight", só para mencionar algumas das preferidas. Do novo álbum tocaram pelo menos 5 faixas e devo admitir que já começo a achar a sonoridade de "Drones" mais interessante. 

O Matt Bellamy lançou o charme de costume e provou mais uma vez que é detentor de uma capacidade vocal como poucos. O Christopher, além de arrasar no baixo, prestou o já costumeiro backing vocals e o Dom arrasou por completo na bateria.


Foram, em suma, muito profissionais e tiveram uma atitude simpática e respeitosa para com o público. 

No final foi bom ver tanta gente com sorrisos tão abertos quanto o meu. 

4.7.15

Countdown para o Alive

O Optimus Alive é já para a semana. Vou no dia 9 ver os Muse. Vi-os anteriormente no Super Bock Super Rock e no Campo Pequeno e estou naturalmente aniosa por voltar a vê-los ao vivo. Não gosto de nenhuma das 4 músicas que ouvi do novo álbum, "Drones" e, por isso, espero conseguir ainda ouvir algumas da minhas preferidas antigas canções e não achar as novas tão aborrecidas.

Os Muse marcaram-me fortemente especialmente porque os ligo sempre a um período em que vivi emoções intensas e, em certa medida, caóticas. Mas todas as emoções são válidas. Ajudam-nos a lidar com determinadas situações em momentos específicos da nossa vida e, consequentemente, ajudam-nos a crescer, a sermos quem somos. Assim hei-de sempre recordar-me deles e desse período particular da minha vida com alguma afeição. 

Dos Muse espera-se, sem sombra de dúvidas, um grande concerto na próxima quinta-feira. 

Aqui fica "Map of the Problematique" que quase poderia ser uma canção que me definiria na perfeição.



2.7.15