25.10.07

Sou a favor

Isto poderá chocar muita gente: mas eu sou a favor da pena de morte. Não deixa de ser curioso que no 4º ano da minha licenciatura eu tenha saído a meio de uma aula de Literatura e Cultura Norte-Americana porque já não conseguia ouvir o meu professor, defensor acérrimo da pena de morte. No entanto hoje partilho da sua visão.

Hoje em dia e perante o horror perpetrado todos os dias de pais e mães que matam os filhos (veja-se o caso daquela mãe desgraçada que "só" deu um pontapé na barriga da sua filha bebé porque esta entornara o leite), familiares que abusam de crianças, gente que viola, maltrata, tortura e mata tenho aqui que afirmar a minha posição: sou a favor da pena de morte. Que o encarem como um retrocesso de mentalidade, como um ataque aos direitos do homem, não quero saber que o seja - apenas pergunto: e os direitos das vítimas? Quem protege os direitos dos que são mortos, torturados, violados?

Será talvez elucidativa uma das cenas do mais recente documentário - Sicko - de Michael Moore que perante uma prisão exige, juntamente com um pequeno grupo de pessoas que trabalham e pagam impostos, os mesmos direitos de saúde que os reclusos que violaram, torturaram e mataram recebem sem gastar um vintém. Dá, no mínimo, que pensar.

Por último, eu aplaudiria a morte deste senhor artista, que colocou um cão vadio numa galeria de arte onde foi deixado sem água e sem comida até à morte. A petição pode e deve ser assinada independentemente de serem contra ou a favor da pena de morte.

5 comments:

Precious said...

Eu sou contra a pena de morte, talvez porque trabalhando no sistema, eu saiba como isto funciona tão mal às vezes. Que a culpa é decidida não pelos requisitos previstos na lei mas pela perversão do crime, pela cor da pele ou pela competência do advogado que defende o arguido.
Acho que a privação da liberdade é um castigo horrível, maior que a morte que não menos acaba com tudo ali na hora.
Mas somos livres de discordar.

Eo said...

Esta é uma daquelas questões que me deixa dividida. É como se fosse uma escolha entre termos o ser humano como animal ou como algo noutro plano dominado pela razão e conceitos de bondade. Por um lado acredita-se que os condenados à morte são pessoas inerentemente más, por outro há a crença que todos merecemos uma oportunidade de redenção. E depois há a questão do sistema de decisão não ser justo e imparcial.
Pesando bem as coisas acho que escolheria o não à pena de morte mas é uma posição minha muito frágil...

Maria Felgueiras said...

É uma questão polémica e mesmo a minha posição de ser a favor não foi tomada de ânimo leve. A minha actual posição surgiu depois de muitas horas de reflexão ao longo dos anos.

Por um lado acredita-se que os condenados à morte são pessoas inerentemente más, por outro há a crença que todos merecemos uma oportunidade de redenção.

Ah, como isto me faz lembrar o excelente Dad Man Walking.

Paulo Gomes said...

"Dad"? O pai homem a andar? :P

hehe

PS: Espero que estejas a recuperar bem.

Maria Felgueiras said...

haha Só agora agora reparei no "dad"! Deixa lá o som é parecido. :D

P.S. Estou a recuperar bem felizmente. Obrigada. :)