16.5.10

Vai ser bonito, vai...

Nos próximos dias vou dedicar-me à elaboração de Provas de Recuperação para os meninos faltosos. A ideia de que a Prova de Recuperação serve para recuperar o aluno que faltou e que por essa razão não pôde acompanhar a matéria é falsa na maioria dos casos. Dos meus meninos que vão fazer Prova de Recuperação não há um único que a faça por ter faltado às aulas por motivo de doença. Isto significa que todos nós continuamos a ajudar na educação e formação de seres irresponsáveis. Eles vão gozando com toda a gente: pais, professores, colegas. E daqui a uns anos todos vamos pagar a factura ao ter estes irresponsáveis a trabalhar nas finanças, em escolas, em hospitais, em tribunais...
Mas, pronto, eu cumpro a minha função: faço umas provas, corrijo-as e se um ou outro não são aprovados que tal venha efectivamente a funcionar como uma medida correctiva.

4 comments:

Precious said...

Como é que as faltas são justificadas se não foi por doença? Esclarece-me porque isto é algo que me escapa.

Maria Felgueiras said...

Independentemente do tipo de faltas o Estatuto do Aluno permite que seja dada uma hipótese de recuperação, sendo que a ausência por doença é uma delas. Ora, já no ano passado, assim como neste, não tive ainda nenhum aluno que tenha feito Prova de Recuperação por motivo de doença. Alguns não justificam sequer as faltas. Tenho uma com 6 faltas injustificadas a Inglês no 11.º. Solução: Prova de Recuperação. Há outros tantos que levam papéis com justificações do Encarregado de Educação por motivos de espirro, tosse, micose, etc. Mas, por exemplo, os do 7.º que vão fazer prova não têm nenhuma falta justificada! Como poderiam se se trata, na sua maioria, de faltas de atraso, de material e disciplinares?

Anonymous said...

Nas Finanças duvido que entrem...é necessário fazer um estágio de três anos com três testes que não são nada façeis...se não existe "hábitos de estudo" ficam de fora logo no primeiro...

Maria Felgueiras said...

Anonymous

ficarás surpreendido/surpreendida com as licenciaturas e mestrados que estes miúdos conseguirão no futuro...
Aliás, isso já se verifica hoje em dia e o tratado de Bolonha veio apenas dar um empurrão ao sistema educativo de facilitismo dos tempos modernos. Reduzir cursos de 4 e 5 anos para 3? Alguma coisa fica de fora, não?