27.12.12

"Porquê eu?"

Boa parte da minha vida oscilei entre o agnosticismo e o ateísmo. Dou, contudo, conta que no momento presente pus ambos de parte. E em mim existe uma crença qualquer que ainda não consegui muito bem determinar. Diria que os últimos anos da minha vida consistiram numa viagem espiritual e até poderei seguramente afirmar que nessa viagem busquei Deus nas suas mais diversas formas. Há quase dois anos, em agosto, foi fascinante ter visitado tantas localidades marcadamente religiosas/espirituais em Inglaterra e no País de Gales. 

Todas estas descobertas fizeram-me também descobrir em mim mesma uma faceta que eu desconhecia. Embora eu própria me ache uma pessoa mais dura e menos doce do que era há uns anos sei que sou uma pessoa mais compassiva e na forma como  me relaciono atualmente com os outros consigo dar mais de mim e consequentemente consigo também aceitar as pessoas como são. 

Nas minhas deambulações pelo Facebook encontrei nas palavras de Paulo Coelho, autor que nunca li, um misto de conforto e de esperança que muito se adequam à pessoa que sou hoje.

“Deus costuma usar a solidão para nos ensinar sobre a convivência. Às vezes, usa a raiva para que possamos compreender o infinito valor da paz. Outras vezes usa o tédio, quando quer nos mostrar a importância da aventura e do abandono. Deus costuma usar o silêncio para nos ensinar sobre a responsabilidade do que dizemos. Às vezes usa o cansaço, para que possamos compreender o valor do despertar. Outras vezes usa a doença, quando quer nos mostrar a importância da saúde. Deus costuma usar o fogo, para nos ensinar a andar sobre a água. Às vezes, usa a terra, para que possamos compreender o valor do ar. Outras vezes usa a morte, quando quer nos mostrar a importância da vida.”

E caso nos questionemos perante as adversidades da nossa vida com a habitual interrogação "Porquê eu?" estas palavras, que são um convite à reflexão, poderão ajudar-nos a obter as respostas que buscamos. 

A paz, a tranquilidade, a plenitude só se alcançam com a aceitação incondicional do que nos acontece.

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