22.6.13

banalidades

Uma mulher russa morreu há dias numa praia em Itália. O corpo permaneceu coberto por um plástico à beira mar um par de horas até que as autoridades competentes o fossem resgatar. O meu horror perante esta notícia foi ter visto que os veraneantes que nessa praia se encontravam continuaram as suas atividades como se fosse perfeitamente normal haver uma pessoa morta, coberta por um plástico, à beira mar numa praia. Um casal de namorados continuava a trocar beijos e carícias a escassos metros do corpo. Uma senhora passeava de biquini à beira mar quase tropeçando no corpo que ali se encontrava coberto, um pai e um filho jogavam raquetes e presumo que algumas bolas terão feito ricochete na veraneante russa morta à beira mar. Eu não conseguia acreditar no que os meus olhos viam e no que os meus ouvidos ouviam.

O conceito de pornografia da morte não me é estranho mas o desrespeito atroz perante a morte de alguém é algo que não consigo apreender. A morte não se tornou banal na nossa sociedade, o que se tornou banal foi a falta de respeito e a falta de valores agora transversal a todas as gerações.

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