27.8.09

Os Museus

Foi impossível visitar todos os museus que pretendia na viagem ao "império austro-húngaro". Contudo, posso afirmar-me satisfeita (aliás mais do que satisfeita!) com as (poucas) visitas efectuadas. Em Budapeste passei uma bela tarde no Museu de Belas Artes, que fica situado na Praça dos Heróis. Visitei a exposição permanente quase toda - só falhei a sala dos holandeses do século XVII. Fica para a próxima! Querendo fotos do interior do museu paga-se! O que acho muito bem! E eu optei por não pagar. Fiquei verdadeiramente abismada com a extensa colecção de arte sacra e medieval do museu. Maravilhosa! E ainda admirei com alguma atenção The Bachus Singers de Bosch. Admirável!

Aproveitei, contudo, para tirar algumas fotos no Kunsthistorisches Museum e no Leopold Museum, os dois únicos museus visitados em Viena e onde se podem tirar fotografias sem flash. De Viena trago pesar no coração por não ter conseguido visitar todo o Kunsthistorisches Museum - vi apenas a ENORME Galeria de Pintura em duas horas (era o tempo disponível!) e a correr! E também por não ter conseguido visitar a maior colecção de obras de Klimt no Belvedere Superior. Fica para a próxima com toda a certeza!

E pasmei-me e babei-me! E voltei a pasmar-me com as maravilhosas obras ali expostas. O pasmo inicial, contudo, foi logo à entrada ao subir as escadas para o primeiro piso. Deparei-me com isto:



Interior do Kunsthistorisches Museum

Algumas das figuras foram pintadas por Klimt. Informação recolhida posteriormente em casa enquanto folheava o meu livro da Taschen sobre o pintor oferecido pela N há uns anos. Caso não estivesse, na altura, tão inebriada e entontecida pelo mármore, pelos dourados e pelas estátuas talvez tivesse reparado que aquelas figuras me eram familiares! Mas na altura parecia estar a pairar por completo enquanto olhava maravilhada para tudo, numa tentativa de saborear e absorver todos os detalhes - tarefa verdadeiramente impossível! Foi uma experiência, diria, quase orgásmica!

A Galeria de Pintura é maravilhosa a começar pela sobriedade do espaço em si, pelas cores que cobrem as paredes, pelos confortáveis sofás onde os visitantes se podem sentar a admirar o trabalho, a arte, a alma de vários pintores ao longo dos séculos.



Interior de uma das salas da Galeria de Pintura

Foi nesta Galeria que descobri, através de dois quadros, que uma das temáticas mais pintadas ao longo dos séculos é a sedução feita pelas filhas de Lot a seu pai (no Museu de Belas Artes em Budapeste encontrei um terceiro quadro que retrata o mesmo tema).

Lot and his Daughters de Jan Massys


E já para o final da visita dei com um quadro extraordinário: Allegory of Vanitas de Antonio de Pereda.



Allegory of Vanitas de Antonio Pereda

Para quem aprecie arte moderna (expressionismo, modernismo e outros ismos) é obrigatória uma visita ao Leopold Museum, situado no ecléctico Bairro dos Museus. Além de estar muitíssimo bem organizado o espaço é muito agradável. O Leopold Museum possui a maior colecção das obras de Schiele. E que colecção! EXTRAORDINÁRIA!



Átrio do piso zero no Leopold Museum onde se encontra a exposição das obras de Egon Schiele.

Dois quadros prenderam a minha atenção. Sendo que quase todos me agradaram imenso! Cardinal and Nun (também conhecido por Caress) que é uma paródia ao quadro de Klimt O Beijo, e Mother with two children II (um quadro forte, que incomoda, que não nos deixa indiferentes e que representa uma metáfora de situações limite).



Cardinal and Nun de Schiele


Mother and Two Children II de Schiele

E fiquei ainda mais satisfeita porque pela primeira vez na vida vi ao vivo um quadro de Kirchner, um dos meus expressionistas preferidos.



Nudes in Studio de Kirchner


Fica apenas uma nota para quem pretenda visitar Viena brevemente. Confirmem as horas de abertura e fecho dos museus (em alguns dias da semana ficam abertos até às 21h) e informem-se sobre preços conjuntos. Por exemplo, fiquei a saber, depois de comprar o bilhete para o Kunsthistorisches Museum, que havia um bilhete para esse museu e para o Leopold Museum que ficaria por 17 euros no total. Assim pagámos 10 euros para um e mais 10 euros para outro! Mas que valeu a pena, valeu!

2 comments:

Precious said...

Para o tempo que estiveste em Viena, fizeste uma boa gestão de tempo.
Voltamos à conversa das fotos pagas, moda cada vez mais na moda por esse mundo fora. Na Tunísia, pagas para tirar fotografias em todos os monumentos. Só que, na Tunísia, os bilhetes são baratos e a taxa de fotos simbólica. Nos outros sítios, tende a não ser assim.

Maria Felgueiras said...

Também julgo ter feito uma boa gestão do tempo em Viena e só não foi melhor porque não estive atenta a horários de fecho de alguns dos museus (até teria sido possível ter visitado mais um ou outro) e aquele bilhete para o Kunsthistorisches + Leopold. Mas o que interessa é que fiquei satisfeitíssima!

Concordo sem dúvida que se pague. Afinal de contas é uma forma de ajudar à preservação do património. O pior é quando isso nos deixa quase na penúria!

Por enquanto há que aproveitar os sítios onde se pode tirar fotos sem pagar!