29.11.07

Indisciplina e Violência na Escola

Quando acabo de me virar, após ter corrigido um exercício no quadro, dou conta que um dos miúdos tinha acabado de dar um calduço num colega. "Gabinete dos Raspanetes" com ele!

Estou numa escola onde, há coisa de duas semanas, um aluno foi esfaqueado no WC da sala dos professores por outros alunos e onde há poucos anos uma professora grávida foi agredida, a pontapé, por um aluno que, como punição, levou umas palmadinhas nas costas por ter muitos problemas familiares (a escola bem tentou a expulsão, a DREL não deixou).

É sobretudo na adolescência, com o desenvolvimento da capacidade de "pensar sobre o que os outros pensarão de si próprios", que se torna mais premente a necessidade de ser aceite pelo grupo, o que pode explicar o comportamento de disciplina ou de indisciplina de muitos alunos.


in Indisciplina e Violência na Escola (Compreender para prevenir), João da Silva Amado e Isabel Pimenta Freire


O livro em questão talvez venha a ser útil este ano.

1 comment:

Anonymous said...

Os jovens e a violência
A violência existe nas escolas porque falta a autoridade e o castigo que seria devido por mau comportamento e delinquência.
Não se pode tocar nos meninos “nem com um dedo” e na falta de outros castigos eficazes, principalmente nas idades mais jovens, quando se começa a moldar o seu comportamento dentro da sala de aula e fora dela, resta a impunidade, que serve de incentivo para que cresçam os comportamentos anormais e a violência nas escolas e fora delas.
Que castigos aplicar então?
- Reclamar uma multa? os jovens não têm dinheiro e os pais também não isso não é viável.
- Obrigá-los a ficarem de castigo numa sala de estudo? Quando se aperceberem que nada lhes acontece se recusarem é isso mesmo que vão fazer.
- Expulsar da aula ou da escola ? de nada serve, apenas dá mais liberdade para irem dar azo à sua liberdade doentia noutro lugar.

Os castigos físicos são condenáveis, mas por vezes ainda são os únicos que têm algum efeito e as autoridades policiais sabem-no bem. Senão para que servem aqueles bastões compridos que os polícias usam nalgumas situações? e as outras armas que trazem?
As crianças não são assim tão diferentes dos adultos e até há um abuso de linguagem ao se apelidar de "crianças" todos os jovens dos zero aos dezasseis anos (logo dezoito), como que se a inteligência e a capacidade de distinguir o bem do mal chegasse na noite em que completam aquela idade. O Desenvolvimento humano nem é todo igual: há jovens com dez anos mais desenvolvidos, experientes e astutos do que outros com catorze, quinze e mais... Há até pessoas já adultas que nunca atingiram um nível de desenvolvimento aceitável (são obviamente deficientes mentais).
A maioria das crianças e jovens não são delinquentes e pode ser corrigida de qualquer desvio através de uma simples conversa, mas basta um "rebelde" para boicotar uma aula e para arrastar consigo outros mais pacatos que não levantariam qualquer problema.
Algo deve mudar no ensino e na forma de castigar os desvios dos jovens, senão estamos, sem o saber, a criar pequenos “monstros” associáveis, que nunca se habituaram a cumprir regras sociais e que serão uns inúteis que viverão sempre à custa do trabalho alheio, porque assim é mais fácil. Estaremos a "cavar a nossa própria sepultura", como se costuma dizer.
Um dia, as ideias actuais que agora dominam de não aplicar quaisquer castigos físicos em quaisquer circunstâncias terão que mudar. O que é hoje um conceito aceite e indiscutível pelos próprios pedagogos será um dia posto em causa. Foi assim anteriormente!
Os castigos físicos são, porém, condenados pelas nações ocidentais e pela EU a que Portugal pertence, por isso, teremos que esperar que sejam as principais nações (EUA, UK, França..) a aperceberem-se da inevitabilidade de retorno a alguns castigos físicos nas escolas e a darem esse passo.